Título: EM DEPOIMENTO À CPI DO NARCOTRÁFICO, NALDINHO É DEBOCHADO E SE CONTRADIZ
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Fonte: O Globo, 24/06/2005, O País, p. 14
Para Moroni Torgan, traficante não explicou a origem de seu dinheiro BRASÍLIA. Em três horas e meia de depoimento à CPI do Narcotráfico, Ronaldo Freitas, o Naldinho, preso em Santos no início do mês e acusado de chefiar o tráfico de drogas na cidade, abusou de ironias e deboche e disse que está sendo injustiçado. Naldinho depôs algemado e deixou o Congresso sob forte esquema de segurança a cargo da PF. Segundo o presidente da CPI, Moroni Torgan (PFL-CE), Naldinho se contradisse em vários momentos e revelou a conexão entre ele e uma facção criminosa do Rio. Esta facção está entrando em confronto com uma de São Paulo, o que provocou conflito. - Ele não esclareceu como, ganhando R$5 mil como estivador, conseguiu juntar R$220 mil para abrir a revenda de carros - disse Torgan. Traficante diz ter fita que comprova extorsão Naldinho disse ser vítima de uma armação da polícia. Ele afirmou que se regenerou depois de passar cinco anos preso por associação ao tráfico de drogas. Naldinho acusou agentes do Departamento de Narcóticos de São Paulo de tentarem extorquir dinheiro dele, disse ter fitas que comprovam a extorsão e que as divulgará à imprensa depois de conversar com seu advogado. Negou-se a apresentar os nomes dos agentes ou delegados. O delegado Alexandre Gargano Cavalheiro, chefe da investigação que levou à prisão de Naldinho, disse que o MP acompanhou as investigações e cobrou que Naldinho apresente provas de que teria sido vítima de extorsão dos policiais.