Título: IRAQUE: CARRO-BOMBA MATA 6 FUZILEIROS DOS EUA
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Fonte: O Globo, 25/06/2005, O Mundo, p. 33
Três mulheres estão entre mortos. Bush reitera que tropas permanecerão até que país possa cuidar da segurança BAGDÁ. Utilizando um carro-bomba como um mortal aríete, um terrorista suicida investiu ontem contra um comboio militar americano na cidade iraquiana de Faluja, matando seis fuzileiros navais e ferindo outros 13. Três dos mortos e 11 dos feridos eram mulheres. Foi um dos ataques mais sangrentos às forças terrestres dos EUA no Iraque. Segundo oficiais americanos, os insurgentes estão usando explosivos mais letais, com maior poder de perfuração da blindagem dos veículos do Exército dos EUA. O número de americanos mortos no Iraque já passa de 1.730. Com sua política para o Iraque sob críticas, o presidente George W. Bush jurou que os insurgentes serão derrotados. ¿ O caminho à frente não vai ser fácil ¿ disse Bush, ao receber na Casa Branca a visita do premier iraquiano, Ibrahim Jaafari. ¿ O objetivo do inimigo é nos expulsar do Iraque antes que os iraquianos tenham estabelecido um governo seguro e democrático. Eles não conseguirão. EUA teriam admitido que praticaram tortura Bush disse que não é possível ainda estabelecer um cronograma para a retirada das forças americanas do Iraque. A visita do premier Jaafari a Washington ocorre num momento em que diminui entre os americanos o apoio à permanência de tropas naquele país: quase 60% já querem a retirada, segundo pesquisa do Instituto Gallup para a rede de TV CNN e o jornal ¿USA Today¿. Em outros ataques, nove iraquianos morreram na noite de anteontem, incluindo um representante do aiatolá Ali al-Sistani, líder religioso dos xiitas iraquianos, assassinado com dois guarda-costas em Bagdá. O ataque ocorreu por volta de 18h (hora local), quando o comboio em que eles estavam foi emboscado sob fogo de armas automáticas. Além disso, foram descobertos 11 corpos crivados de balas, dois deles pertencentes a crianças. Entre os mortos também estavam seis irmãos e um primo, abatidos a tiros e decapitados. Em Karbala, 110 quilômetros ao sul de Bagdá, a polícia descobriu os corpos de uma mulher e duas crianças, também baleados. Por sua vez, um membro da comissão da ONU contra a tortura disse que os EUA reconheceram ter submetido prisioneiros a torturas no Afeganistão, no Iraque e na base de Guantánamo, em Cuba. Segundo o funcionário da ONU, que pediu anonimato, Washington admitiu que os maus-tratos infligidos aos presos podem ser comparados a torturas conforme definições da legislação internacional. Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a transferência de US$200 milhões do programa petróleo por alimentos para o Fundo de Desenvolvimento do Iraque e permitiu que outros US$20 milhões sejam utilizados para pagar as quotas atrasadas de Bagdá com a organização. Aziz não testemunhará contra Saddam Numa entrevista à CNN, o advogado do ex-vice-premier iraquiano Tareq Aziz informou que seu cliente não vai testemunhar contra o ex-ditador Saddam Hussein nos tribunais. Saddam deve ser levado ao banco dos réus nos próximos meses por crimes contra a Humanidade. Segundo o advogado, Aziz quer ser julgado em ¿solo independente¿.