Título: DELÚBIO: TOYOTA NÃO FOI PAGO À VISTA
Autor: Ricardo Galhardo
Fonte: O Globo, 25/06/2005, O País, p. 9

Tesoureiro diz que carro custou R$71 mil mas não explica origem do dinheiro

SÃO PAULO e GOIÂNIA. O tesoureiro do PT, Delúbio Soares, distribuiu ontem 41 páginas com documentos que respondem parcialmente a dúvidas sobre o seu suposto enriquecimento ilícito investigado pelo Ministério Público de Goiás. Delúbio confirma que comprou um Toyota Corolla por R$71 mil, como mostrou ontem O GLOBO, nega que tenha sido à vista, mas não informa a origem do dinheiro.

O tesoureiro também confirma que recebeu salários de mil reais entre 2001 e 2005 da Secretaria de Educação de Goiás, diz que devolveu R$4 mil recebidos irregularmente, mas não explica como pôde trabalhar em Goiás morando em São Paulo. Além disso, informa que protocolou representação contra os promotores que investigam o caso e teriam constrangido ilegalmente seu pai em um depoimento.

¿Comprei um carro Toyota na concessionária Saga Motors. O pagamento foi feito em três parcelas: uma de R$17 mil, uma de R$20 mil e uma de R$10 mil, e com um Santana comprado em 2003, no valor de R$24 mil. Os cheques foram compensados na conta corrente que possuo no Banco do Brasil¿, diz trecho do dossiê, com cópia da nota fiscal referente à compra anexada.

Delúbio não explicou como pôde pagar mensalidades de até R$20 mil se ganha cerca de R$7 mil. Por meio da assessoria de imprensa do PT, disse apenas que ¿trabalha desde os 14 anos¿ e que sua declaração de Imposto de Renda comporta o gasto.

Genoino: Delúbio comprou carro com próprio dinheiro

O presidente do PT, José Genoino, saiu em defesa de Delúbio e garantiu que não existe irregularidade na compra do carro. Genoino disse que Delúbio o comprou com dinheiro próprio, e não do PT, e que o tesoureiro recebe o mesmo que todos os dirigentes do partido, R$6 mil ou R$7 mil. Perguntado sobre a possibilidade de se comprar um carro sem financiamento com essa renda, respondeu:

¿ Isso não vou discutir. Não vou entrar neste terreno.

COLABOROU: Rodrigo Rangel