Título: Valério recebeu a maior fatia de verba do BB
Autor: Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 25/06/2005, O País, p. 9

DNA venceu licitação do banco para publicidade em 2003 e ficou com 41% do dinheiro nos primeiros 12 meses BRASÍLIA. A agência DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério de Souza, recebeu a maior parte da verba de publicidade do Banco do Brasil em comparação com as outras duas agências vencedoras da mesma licitação, em 2003. Nos primeiros 12 meses após a assinatura do contrato, a DNA abocanhou 41% da verba publicitária do BB, enquanto a D + Brasil ficou com 38% e a Ogilvy, com 21%. Entre outubro de 2004 e maio deste ano, a DNA também ganhou a maior fatia: 37,5% contra 33% da D + Brasil e 29,5% da Ogilvy. Anteontem, em entrevista ao ¿Jornal Nacional¿, Marcos Valério disse que "o único contrato novo" que ganhou durante o governo Lula foi o dos Correios. A licitação do Banco do Brasil, no entanto, foi vencida pelas três agências em setembro de 2003, no primeiro ano de Lula. A diferença é que a DNA já cuidava da publicidade do Banco do Brasil desde 1994, o que não ocorria no caso dos Correios. O contrato do Banco do Brasil com as três agências não estipula os valores que serão pagos a elas. Prevê apenas que cada uma receberá no mínimo 15% da verba publicitária e, no máximo, 50%. Assim, os percentuais pagos à DNA estão dentro da faixa prevista. Inicialmente a assessoria de Imprensa do Banco do Brasil informou que o valor global destinado à publicidade era rateado praticamente na mesma proporção pelas três agências. Depois confirmou que a DNA ficava com a maior fatia. Entre setembro de 2003 e setembro de 2004, a agência de Marcos Valério ganhou quase o dobro do que a Ogilvy, ficando com 41% da verba contra 21%. No caso da D + Brasil, que ficou com a segunda maior parcela, a diferença é de três pontos percentuais. Em 2003, o Banco do Brasil investiu R$153,6 milhões em publicidade. Esse valor subiu para R$262,8 milhões em 2004 e a previsão é que caia para R$140 milhões em 2005. Contratos foram assinados em setembro de 2003 A assessoria de imprensa informou que os percentuais relativos à receita de cada agência não podem ser aplicados sobre esses recursos, uma vez que dizem respeito a períodos diferentes. Os valores orçamentários se referem ao período janeiro-dezembro de cada ano, enquanto os percentuais valem para períodos de 12 meses corridos, a partir de setembro de 2003, quando os contratos foram assinados. Se o orçamento de 2004 tivesse sido dividido em partes iguais, cada agência teria recebido R$87 milhões. Como a DNA obteve percentuais superiores a 33%, ganhou mais do que isso. A assessoria do BB informou ainda que a DNA ficou com a maior fatia porque cuidou das campanhas publicitárias de varejo, área em que o banco mais cresceu recentemente.