Título: CAI O SUPERÁVIT DO GOVERNO CENTRAL
Autor: Geralda Doca
Fonte: O Globo, 25/06/2005, Economia, p. 29

Resultado primário passa a 4,4% do PIB, mas continua bem acima da meta

O superávit primário do governo central (contas de Tesouro, Previdência e Banco Central) caiu de 5,02% do PIB para 4,4% de abril para maio. Ainda assim, a nova taxa equivale a quase o dobro da meta fixada para o ano (de 2,38% do PIB). Em cinco meses, o resultado primário ¿ receitas menos despesas, excluído o pagamento de juros ¿ totalizou R$33,7 bilhões.

Em maio, o superávit foi de R$3,1 bilhões, inferior ao do mesmo mês do ano passado, de R$3,7 bilhões, e praticamente um quarto do obtido em abril, de R$12,9 bilhões. O desempenho extraordinário de abril, contudo, deveu-se ao aumento da arrecadação do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), devido ao bom resultado das empresas em 2004.

Apesar dos resultados obtidos até maio, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse que não há uma tentativa do governo de aumentá-lo, além do necessário. Tanto que ele mantem a previsão de que o superávit vai convergir para a meta do ano.

Tesouro Nacional puxa resultado favorável

No mês passado, apenas o Tesouro Nacional encarregou-se de garantir o superávit das contas do governo central. Foi de R$5,4 bilhões, elevando o acumulado para R$46,7 bilhões, quase 6,09% do PIB em cinco meses. Já o Banco Central fechou maio no vermelho (R$16,8 milhões negativos), assim como a Previdência Social (déficit de R$2,3 bilhões).

No ano, o déficit da Previdência está em R$12,9 bilhões, avanço de 20,9% comparado ao resultado dos cinco primeiros meses de 2004, informou Levy, admitindo estar preocupação com o desempenho negativo. Segundo ele, esse resultado é conseqüência do aumento dos benefícios por auxílio-doença (23,2% acima dos cinco primeiros meses do ano passado). Pensões e aposentadorias, disse ainda, cresceram 5,3%. Levy acredita que a Previdência continuará a pressionar as contas do governo central, devido ao aumento do salário-mínimo.

Até maio, as transferências da União para estados e municípios somaram R$34,8 bilhões, 21,6% acima de 2004.