Título: CONFEDERAÇÕES SE UNEM CONTRA REFORMA SINDICAL
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Fonte: O Globo, 29/06/2005, Economia, p. 23

BRASÍLIA. A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI) se juntou a outras seis confederações para criar ontem a Nova Central Sindical (NCS). O objetivo é agregar entidades contrárias à reforma sindical enviada ao Congresso pelo governo. A NCS ¿ que diz já representar cerca de 2 mil sindicatos de diversas categorias, como professores da rede pública de ensino do Rio, comerciários de Belo Horizonte e vigilantes ¿ surge tendo como principal bandeira a defesa da manutenção integral do artigo 8º da Constituição, que o Executivo pretende alterar.

Esse artigo determina, entre outros itens, a unicidade sindical (um só sindicato profissional por base territorial) e o imposto sindical obrigatório. Segundo o presidente da CNTI, José Calixto Ramos, que comanda a entidade há mais de 20 anos e deverá ser também o presidente da nova central, a idéia é fisgar sindicatos que não são ligados a nenhuma central.

Presente à solenidade, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) disse que vai atuar para impedir a aprovação da reforma porque ela ¿não interessa aos trabalhadores¿. Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (o Paulinho), a NCS representa a direita do sindicalismo, que está se unindo para não perder privilégios:

¿ É uma central de cúpula, que não tem relação com as bases. Eles não fazem negociação salarial. (Geralda Doca)