Título: NA FRANÇA, PRISÃO PARA BOLSA LOUIS VUITTON FALSA
Autor:
Fonte: O Globo, 28/06/2005, Economia, p. 23

Vinhos de Bordeaux lutam contra pirataria

NOVA YORK e LONDRES. À medida que a pirataria avança no setor de bens de luxo, as empresas se protegem como podem. As francesas Louis Vuitton, Chanel, Givenchy e Hermès, que fazem parte, entre outras empresas, do Comitê Colbert, uniram-se à Receita Federal da França para multar e prender quem passear com falsificações de suas marcas no país, informou o ¿Sunday Times¿. E as vinícolas de Bordeaux estão investindo em rótulos à prova de cópia, que usam desde hologramas até papel-moeda.

Foram os altos preços, na casa dos milhares de dólares, que atraíram os piratas para a indústria de vinhos. Segundo a colunista de vinhos da Bloomberg News, Elin McCoy, ainda há poucos dados sobre a pirataria no setor, mas os maiores alvos são alguns Bordeaux, como o Chateau Petrus (uma garrafa da safra 1982 pode chegar a US$3 mil), além do australiano Grange e do italiano Sassicaia, cujos preços variam de US$500 a US$1.500. Apesar dos cuidados com os rótulos, a pirataria pode escolher outros caminhos: não é difícil conseguir garrafas vazias de vinhos caros, que são então usadas como recipiente para bebidas baratas.

Nos aeroportos franceses, os cartazes avisam que quem for pego com produtos pirateados terá de enfrentar multa de até 300 mil euros e três anos de prisão. O acordo entre o Comitê Colbert e a Receita permite que os fiscais da Alfândega abordem turistas com malas de marcas famosas, para verificar se são autênticas ou piratas. Portanto, se você não tiver certeza absoluta sobre a procedência de sua frasqueira Louis Vuitton, não vá com ela para Paris.