Título: BRASIL SUBIRÁ PARA 11º LUGAR NO RANKING MUNDIAL
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 01/07/2005, Economia, p. 25

PIB no 1º trimestre foi de R$ 438 bi e país deve passar Austrália, mas Índia ameaça. Taxa de investimento cresceu

Inflação maior e crescimento levaram o Brasil a avançar uma posição entre as grandes economias do mundo. Segundo ranking elaborado pela Consultoria GRC Visão, o país vai ultrapassar a Austrália este ano, assumindo a 11ª posição, voltando ao status de 2001. Ontem o IBGE informou o valor do Produto Interno Bruto (PIB, total das riquezas geradas no país), que alcançou R$438,6 bilhões nos três primeiros meses do ano:

- As projeções de crescimento e inflação são maiores para o Brasil, o que explica a subida no ranking (para esse cálculo a inflação não é descontada). A Austrália também perdeu posição para a Índia, que está ameaçando o Brasil. A diferença é de US$1 bilhão - explicou Alex Agostini, economista da GRC Visão.

A subida no ranking veio acompanhada da elevação na taxa de investimento. O Brasil reservou 19,9% dos R$438 bilhões gerados no primeiro trimestre para aumentar a capacidade produtiva do país. A parcela foi superior à registrada em igual período de 2004 (19,1%) e é a maior desde 2001:

- A economia está mais voltada para o mercado interno e isso se reflete na formação bruta do capital fixo. Além disso, a aceleração no investimento se deu a partir do segundo trimestre - disse Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE.

Reservas do país têm acumulação recorde

Mas a taxa de poupança não teve o mesmo comportamento. Caiu de 23,2% para 22,5% do PIB, na comparação entre os primeiros trimestres de 2004 e 2005. Segundo Rebeca, o consumo das famílias (3,1%) foi superior ao desempenho do PIB (2,9%) nos primeiros três meses do ano. Ou seja, gastou-se mais e poupou-se menos.

- O ideal seria taxa de 25% ao ano, para garantir crescimento de 5% - disse Armando Castelar, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O IBGE mostrou também que as reservas internacionais brasileiras chegaram a uma acumulação recorde nos últimos dez anos. Enquanto no primeiro trimestre de 2004 acumulou R$7,4 bilhões, no mesmo período deste ano o total chegou a R$27,6 bilhões, descontada a parcela do Fundo Monetário Internacional (FMI). Um dos motivos foi o dólar mais barato, o que permitiu ao Banco Central recompor as reservas.

inclui quadro: o avanço da economia / a evolução da taxa de investimento e de poupança / os valores do PIB / na produção / na demanda