Título: EUA E AMÉRICA CENTRAL PERTO DO PACTO
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Fonte: O Globo, 02/07/2005, Economia, p. 31

Senado aprova Cafta, mas acordo de livre comércio enfrenta resistência

WASHINGTON. O Senado americano aprovou por 54 votos contra 45 o Acordo de Livre Comércio Estados Unidos-América Central (Cafta, na sigla em inglês). A aprovação representa uma vitória importante para o governo do presidente George W. Bush, que há meses vem brigando pelo pacto ante uma ferrenha resistência de sindicatos, grupos têxteis e da indústria açucareira, que temem que o acordo provoque desemprego. O projeto, no entanto, ainda precisa ser aprovado na Câmara de Representantes, no próximo mês.

"Aprecio o apoio bipartidário que o Cafta obteve no Senado, que é bom para os trabalhadores americanos, bom para os nossos granjeiros e bom para os pequenos negócios", disse Bush em um comunicado.

Dez democratas e um senador independente se uniram a 43 republicados para votar a favor do acordo. Doze republicanos - muitos deles de estados com forte presença de produtores de açúcar ou têxteis - votaram contra, apesar dos esforços da Casa Branca de apresentar o pacto como estrategicamente importante.

"O acordo é também um forte impulso para as jovens democracias do nosso próprio hemisfério, cujo êxito é importante para a segurança nacional dos Estados Unidos e para ajudar a reduzir a imigração ilegal", acrescentou o presidente americano.

Lei é considerada estratégica para democracias da região

Se aprovado, o Cafta eliminará as alíquotas sobre as exportações americanas para Costa Rica, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Guatemala e República Dominicana. Em contrapartida, essas nações teriam o acesso preferencial ao mercado americano ampliado.

- Esta lei é muito importante para nivelar as condições - disse o senador Charles Grassley (republicano pelo estado de Iowa), presidente do Comitê de Finanças do Senado. - Ajudaria ainda as incipientes democracias na América Central, que há 20 anos foram abaladas por conflitos sangrentos e disputas políticas.

A votação no Senado obteve uma aprovação menor do que os pactos de livre comércio recentemente acordados com Austrália, Marrocos, Cingapura e Chile. Na Câmara de Representantes, a situação não é clara. Ali, estima-se que 190 deputados democratas e 40 republicanos irão votar contra o acordo.