Título: FIRJAN E FIESP COMBATEM A PIRATARIA
Autor: Enio Vieira
Fonte: O Globo, 02/07/2005, Economia, p. 33

Indústrias são as primeiras a aderir a conselho ligado ao Ministério da Justiça

BRASÍLIA. As federações das indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan) tornaram-se ontem as primeiras colaboradoras do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, ligado ao Ministério da Justiça. Segundo o secretário-executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto, as duas entidades levarão para o conselho experiência e conhecimento na identificação de produtos falsificados.

Também foi aprovada a entrada de mais 28 colaboradores no conselho, criado há cinco meses. Um dos resultados do combate à pirataria este ano foi o aumento de 20% na venda de cigarros legais.

- A pirataria já está chegando aos produtos de medicina e peças de automóveis. Quem fabrica 240 mil pares de luvas cirúrgicas e bisturis não é indústria artesanal. São fabricantes estruturados que não pagam impostos - disse.

O vice-presidente da Firjan, Geraldo Coutinho, afirmou que a pirataria tem hoje os contornos de quadrilha no Rio. Segundo ele, a falsificação começa com a demanda de uma parte da população de baixa renda e, quando se verifica a rede por trás disso, aparecem grandes contrabandistas e traficantes de drogas. A Firjan começou a combater a pirataria há dois anos.

- O objetivo desse trabalho tem que ser a eliminação da informalidade no emprego. Por trás dessa informalidade na pirataria, sempre existe um contrabandista de verdade - afirmou Coutinho.

Segundo o diretor de comércio exterior da Fiesp, Thomaz Zanotto, há uma ligação estreita entre pirataria e sonegação de imposto, lavagem de dinheiro e roubo de carga. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), por exemplo, conseguiu avanços ao treinar os funcionários dos portos para identificar importações subfaturadas.

- Quando uma dona de casa compra uma bolsa falsa ou o filho está adquirindo um filme na internet, no fim eles financiam a venda de drogas - explicou Zanotto.