Título: Bancos e sindicalistas reabrem hoje as negociações por reajuste e bônus
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Fonte: O Globo, 25/10/2004, Economia, p. 18
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) recebe hoje os representantes da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), com a expectativa de que o encontro resulte num acordo para os bancários das instituições privadas. A decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de fixar reajuste salarial de 8,5% e abono de mil reais, resolveu apenas o impasse no Banco do Brasil (BB) e na Caixa Econômica Federal (CEF). Os funcionários de bancos privados continuam sem reajuste salarial e sem abono.
¿ Não vamos apresentar outra proposta. Abono só é usado quando o reajuste não repõe a inflação passada, mas nossa proposta já incluiu aumento real de 2% a 6% ¿ afirma Magnus Apostólico, negociador da Fenaban.
Fenaban admite discutir acordo sobre os dias parados
A Fenaban não está disposta a alterar a proposta inicial, que foi negociada pela CNB, mas rejeitada nas assembléias dos bancários. A proposta incluía 8,5% de reajuste, mais R$ 30 para quem ganha até R$ 1.500. O percentual de 8,5% corrigiria todos os benefícios e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) tinha sido estabelecida em 80% do salário, mais o valor fixo de R$ 705.
Também seria paga uma cesta-alimentação adicional de R$ 217. A única coisa que a entidade dos bancos aceita discutir, segundo Apostólico, é a compensação dos dias parados por grevistas de bancos privados. Cinco dias, segundo a entidade, deveriam ser descontados nos salários que começam a ser pagos quinta-feira.
Depois de 30 dias de greve, a CNB vai para a reunião tentando algo a mais do que a proposta anterior, que tinha sido negociada com os bancos, mas não obteve aceitação da categoria. A entidade quer que seja mantida a proposta inicial, mas pretende vê-la acrescida do abono de mil reais determinado pelo TST.
¿ O abono não fazia parte das reivindicações. Esperamos que o julgamento do TST crie um novo parâmetro de negociação ¿ diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Marcolino quer, ainda, que BB e CEF paguem também a PLR de 80% do salário, acrescida de R$ 705, e corrija os demais benefícios, já que o TST julga apenas o índice de reajuste salarial.
Bancários de CEF e BB querem isonomia salarial
Apesar do julgamento pelo TST, a pauta de reivindicações dos funcionários de bancos públicos continua cheia. O sindicalista inclui na lista, isonomia salarial para quem começou a trabalhar na CEF e no BB depois de 1998, redução de metas nas agências, plano de cargos e salários e discussão de questões dos fundos de pensão Previ e Funcex.