Título: Reforma continua no retorno de Lula ao Brasil
Autor: Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 07/07/2005, O País, p. 15

Ao chegar amanhã da Escócia, presidente anuncia novo ministro da Previdência; escolha tem influência de Palocci BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar amanhã novas mudanças na equipe e realizar uma reunião ministerial, a primeira desde que explodiu a atual crise política. A reunião deve acontecer logo depois da posse dos novos ministros do PMDB, que será às 16h. Não está certo ainda se as novas mudanças serão feitas antes da reunião ministerial ou durante o encontro. Amanhã, quando retornar da viagem relâmpago à Escócia, onde participa de reunião do G8 como convidado especial, Lula deve anunciar o novo ministro da Previdência. O nome será técnico e com forte influência do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Em conversas dentro do Planalto, Palocci tem insistido que o déficit da Previdência é hoje o maior problema nas contas públicas do governo. ¿ O problema número um do país é a Previdência ¿ disse Palocci no jantar com empresários e parlamentares, anteontem à noite. Ontem, na Fiesp, Palocci voltou a tratar do assunto Previdência com desenvoltura. Na lista de cotados para substituir Romero Jucá (PMDB) estão o atual secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer. Ele tem o apoio da Fazenda, mas pesa contra ele o fato de ser ligado ao ministro Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica). O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, também está cotado. Foram lembrados ainda o secretário de Previdência Complementar, Adacir Reis; e o secretário-executivo da Fazenda, Murilo Portugal. Mas, segundo integrantes do Planalto, Portugal seria a opção para o Banco Central, caso Henrique Meirelles deixe o cargo. Jaques Wagner pode assumir articulação política Outra mudança prevista é a saída do ministro Jaques Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social). Ele assumiria a função de articulador político, hoje desempenhada pelo ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política). Ontem, Jaques Wagner viajou com Lula para a Escócia. Sua presença não estava prevista na comitiva oficial, e o convite foi feito por Lula de última hora. O presidente disse que precisava acertar os últimos detalhes com ele. A tendência é que Aldo Rebelo, ao sair da Coordenação Política, seja deslocado para o Ministério do Trabalho, no lugar de Ricardo Berzoini, que deverá voltar à Câmara. Ontem, Berzoini esteve com Lula, mas não teria sido ainda informado da decisão final do presidente. O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, já disse ao presidente anteontem que será candidato ao Senado e que, mantido o critério de afastar os futuros candidatos, ele sairá. O novo presidente da Petrobras deverá ser o atual diretor financeiro da empresa, José Sérgio Gabrieli, que é do PT e ligado ao presidente. Mas a ministra Dilma Rousseff prefere o nome do atual presidente da BR Distribuidora, Rodolfo Landim. O presidente da Infraero, Carlos Wilson, também já avisou que sairá porque é candidato.