Título: DELÚBIO E SÍLVIO DEPÕEM HOJE NA PF
Autor: Adriana Vasconcelos/Evandro Éboli/Maria Lima
Fonte: O Globo, 08/07/2005, O País, p. 4

Petistas do Campo Majoritário discutem destino de presidente do PT

SÃO PAULO. Afastados da direção do PT, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário-geral Sílvio Pereira prestam hoje depoimentos à Polícia Federal, em São Paulo, para esclarecer as denúncias de corrupção no partido e no governo Lula. Ao mesmo tempo, 84 petistas ligados ao Campo Majoritário se reúnem num hotel no centro de São Paulo para discutir a crise política e ainda o destino de José Genoino, que poderá se afastar da presidência na reunião deste fim de semana do diretório nacional. Genoino, que assinou um empréstimo que teve Marcos Valério como avalista, também deve ser convocado pela PF para depor.

Delúbio é apontado como o elo do partido com Marcos Valério, tido como operador do pagamento de mesadas a parlamentares da base aliada em troca de apoio ao governo, o chamado mensalão. Sílvio, por sua vez, é acusado de usar o seu cargo no PT para influenciar politicamente na distribuição de postos no governo Lula. Os dois negam as acusações.

Vice-presidente do PT quer afastamento de Genoino

O depoimento de Delúbio está marcado para 10h. Sílvio deve ser ouvido às 14h. Os dois serão ouvidos pelo delegado Luiz Flávio Zambronha, que preside o inquérito. Ontem, pouco antes de Delúbio, Sílvio e Genoino anunciarem que colocariam à disposição da CPI a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico, Zambronha havia dito que a polícia pediria a quebra do sigilo caso os três não tomassem a iniciativa.

Os depoimentos de Delúbio e Sílvio devem incendiar ainda mais a reunião do Campo Majoritário, em que se discutirá o afastamento de Genoino. A interlocutores, ele tem dito que seu cargo pertence ao diretório. Ele assumiu a presidência nacional do partido assim que José Dirceu deixou o cargo para assumir a Casa Civil.

- Se o Campo Majoritário não pedir o afastamento ou ele (Genoino) não sair espontaneamente, vamos votar para que ele deixe o cargo enquanto as denúncias são investigadas - disse o segundo vice-presidente do PT, Romênio Pereira.