Título: BORBA DESMENTE VALÉRIO E DIZ QUE ELE ERA INFLUENTE
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Fonte: O Globo, 08/07/2005, O País, p. 13
Ex-líder afirma ter encontrado publicitário também no Planalto
BRASÍLIA Ex-líder do PMDB, o deputado José Borba (PR) desmentiu ontem Marcos Valério Fernandes de Souza e reafirmou que tratava de distribuição de cargos do governo com o publicitário. Valério negou isso em depoimento à CPI. Borba disse que chegou a encontrar com o publicitário nos corredores do Palácio do Planalto, que conheceu Valério por intermédio do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e que logo percebeu que ele tinha influência no governo:
- Conheci o Valério num encontro casual. Percebi logo que ele era uma pessoa familiarizada com o PT e o governo. Depois, nos encontrávamos nos corredores da Câmara. Algumas vezes eu o recebi na liderança do PMDB. Nós nos cruzamos no Planalto, nos corredores do quarto andar (onde fica a Casa Civil), uma ou duas vezes. Mas nunca recebi mala de dinheiro dele e nem de ninguém. Aliás, só recentemente passei a saber o tamanho de sua empresa e da real atividade que ele exercia.
Segundo Borba, publicitário facilitava e abria as portas
Segundo Borba, Valério era chamado para ajudá-lo, já que enfrentava dificuldade para ter seus pleitos atendidos.
- No início, quem tinha mais influência, além do Dirceu, era Marcelo Sereno (ex-assessor especial da Casa Civil), o Sílvio Pereira (ex-secretário geral do PT), Delúbio Soares e Genoino também. Tinha o Waldomiro Diniz. Nesse contexto, Valério se apresentou e demonstrou ter um bom relacionamento no governo. E o bom relacionamento se faz de uma ação profissional e de uma ação de cooperação para facilitar que as portas sejam abertas - disse o ex-líder do PMDB.
Borba admitiu que esteve no Banco Rural no mesmo dia em que foram sacados R$200 mil das contas de Valério, mas negou ter recebido dinheiro dele:
- Nem sabia que lá estava a conta de Valério. Nunca recebi mensalão. A bancada do PMDB também não.
Borba comentou sobre o cheque de R$92.600, que recebeu em 1999, emitido pela prefeitura de Maringá para pagar dívidas junto ao Instituto de Previdência de Congressistas. Segundo ele, o cheque teria sido um empréstimo do ex-secretário municipal de Maringá Antonio Paolichi.
- Devolvemos esse valor à Justiça para que fosse certificado se o dinheiro era de Paolichi ou da prefeitura. A Procuradoria Geral da República arquivou o processo criminal que havia contra mim.
Sobre o episódio em que foi flagrado como pianista, votando por um colega no plenário da Câmara em 1998, Borba diz que não agiu de má-fé:
- Não foi correto o que eu fiz.