Título: ESTADO DE SAÚDE DE ARRAES PIORA
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Fonte: O Globo, 08/07/2005, O País, p. 15

Presidente do PSB tem recaída e apresenta infecção bacteriana

RECIFE. Depois de um fim de semana que encheu de esperança amigos, parentes e eleitores, o presidente do PSB, Miguel Arraes, voltou a ter uma recaída na manhã de ontem e o seu estado era muito grave à noite. Ele estava sedado, entubado e inconsciente. Arraes está internado desde o dia 17 de junho e está na UTI do Hospital Esperança, próximo ao centro da capital. Ele apresenta agora infecção bacteriana.

Segundo o assessor de imprensa do PSB, Evaldo Costa, os médicos ainda não sabem a bactéria que a provocou e disse, também, que eles também ainda não definiram se é um problema novo ou o antigo que voltou a atuar.

Ontem, seu estado passou a ser definido como "gravíssimo". Arraes teve que colocar novo respirador, depois de passar quatro dias sem necessidade de aparelho. Pela manhã ele teve arritmia cardíaca, problemas respiratórios e vomitou muito.

De acordo com o último boletim médico Arraes apresentou "instabilização no quadro clínico", o que exigiu "medidas emergenciais na unidade hemodinâmica". Foi realizado um exame que "evidenciou boa circulação coronariana e bom funcionamento cardíaco, sendo afastada a hipótese de embolia pulmonar". De acordo ainda com a nota divulgada pela médica Marisa Andrade Lima, sua situação era estável, e as funções vitais do político ainda estavam funcionando.

Arraes, que tem 88 anos, é fumante há 72 e foi internado mês passado com suspeita de dengue. Ao dar entrada no Esperança, foi diagnosticada uma infecção no pulmão que evoluiu para uma septicemia. A infecção foi controlada, mas ele teve outras complicações, passando por uma sessão de hemodiálise na semana passada. No domingo, ele respirava sem aparelhos. Os médicos iam iniciar exercícios com caminhadas dentro da própria UTI, preparando o paciente para retornar à vida normal.

Durante o fim de semana, Arraes assistiu a um filme no hospital e conversou muito com os parentes. Disciplinado, disse que tinha "muito o que fazer lá fora", mas que só pretendia deixar o hospital quando se sentisse totalmente curado.