Título: Centrais tomam Planalto em ato pró-Lula
Autor: Luiza Damé e Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 12/07/2005, O País, p. 10

`Não se aventurem a tentar desestabilizar o governo. Os trabalhadores e os estudantes vão reagir¿, diz vice da CUT

BRASÍLIA. O ato de solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, organizado por centrais sindicais no Salão Nobre do Palácio do Planalto, teve tons de uma assembléia, com discursos agressivos, palavras de ordem e agito de bandeiras. Nos discursos, os sindicalistas disseram que os movimentos sociais vão reagir a qualquer tentativa de desestabilização do governo Lula e de derrubar o presidente.

Na mesa central do ato, o ex-sindicalista Lula, homenageado por cerca de mil sindicalistas vinculados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), à Central Geral dos Trabalhadores (CGT) e à Central Geral dos Trabalhadores dos Brasil (CGTB). Força Sindical, Social Democracia Sindical (SDS) e Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT) não foram ao ato.

Os discursos mais duros foram do presidente da CGTB, Antônio Neto, e do vice-presidente da CUT, Wagner Gomes.

¿ Não se aventurem a tentar desestabilizar o governo Lula porque os trabalhadores, o movimento sindical, os movimentos sociais, os estudantes vão reagir. Não ousem tentar derrubar um operário ¿ disse Gomes.

Ele foi interrompido por palavras de ordem da platéia: ¿um, dois, três é Lula outra vez¿ e ¿trabalhador unido jamais será vencido¿. No ato, Lula recebeu de sindicalistas da CUT baiana um ¿kit contra coisa feita¿, para protegê-lo do mau olhado e das mandingas. O kit tem figa, carranca de São Francisco, fitinhas do Senhor do Bonfim para Lula distribuir aos ministros e sabonetes de arruda e de sal grosso.

Os sindicalistas entregaram uma carta a Lula, lida no ato pelo secretário-geral da CUT, João Felício, na qual defendem a apuração das denúncias, mas defendem Lula. Apesar do boicote da Força Sindical ao ato, sindicalistas vinculados à central foram ao Planalto.