Título: REFORMA PROVOCA CORRIDA POR ALIANÇAS
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Fonte: O Globo, 14/07/2005, O Mundo / Ciencia e Vida, p. 32

Frente anti-Brasil e União Africana podem decidir mudanças

NOVA YORK. Como se previa, caíram as máscaras. A discussão no plenário da Assembléia-Geral do projeto de Brasil, Alemanha, Japão e Índia (G-4) para ampliar o Conselho de Segurança da ONU provocou uma corrida dos países para fechar alianças contra e a favor. Os 53 votos da União Africana passaram a ser fundamentais para o G-4 aprovar a sua proposta de criar mais seis vagas de membros permanentes no Conselho, pois representam quase um terço do número de votos necessário.

Mas os africanos já anunciaram que sexta-feira oficializam um segundo projeto, que o Brasil poderia apoiar, mas que tem menos chances de ser aprovado, pois o direito de veto seria estendido aos novos eleitos para o Conselho em vez de continuar só nas mãos de EUA, Rússia, França, Reino Unido e China.

Sob as bênçãos dos EUA, um terceiro projeto também será protocolado nos próximos dias por um grupo que se batizou de Unidos pelo Consenso (Paquistão, Itália, México e Argentina). Este grupo deve propor a criação de mais dez vagas de membros não permanentes no Conselho, com direito a reeleição depois de um mandato de dois anos. Com isso, o poder continua garantido aos cinco membros atuais e arquiva-se a intenção de fazer o Conselho retratar melhor o mundo atual.

- A entrada desses novos projetos complica o processo e ajuda os EUA e os países que não querem a reforma - disse um diplomata.