Título: Chilenos têm um rigoroso controle fiscal
Autor: Luciana Rodrigues e Janaina Figueiredo
Fonte: O Globo, 15/07/2005, Economia, p. 22

Em meio a crises cambiais e disparadas da inflação no Cone Sul, o Chile foi a única exceção. A inflação do país se manteve estável e, entre 1999 e 2004, teve alta de apenas 17,76%, bem abaixo dos demais países pesquisados. Segundo especialistas, o segredo é o controle fiscal, tornado ainda mais forte a partir de 2000, quando o país adotou uma meta de superávit nominal de 1% do PIB.

O dinheiro é guardado em um fundo para ser usado em eventuais emergências. Desse modo, o governo pode agir em tempo de vacas magras, sem desequilíbrio fiscal.

É também uma maneira de evitar flutuações provocadas por baixas no preço do cobre, principal produto de exportação do país. Para Leonardo Suárez, diretor de Estudos da corretora chilena Larraín Vial, a lei dá mais margem de manobra para a política de juros do Banco Central.

A atuação do BC chileno também é importante para o controle de preços. O economista Ricardo Nuñez, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade do Chile, elogia a independência do BC, decretada no fim da era Pinochet.

¿ Isso deu uma credibilidade fundamental para o BC chileno.

Já Osvaldo Kaces, encarregado da Divisão de Desenvolvimento Econômico da Cepal, diz que o Chile conseguiu a estabilidade macroeconômica há mais tempo que os vizinhos e elogia o sistema de metas de inflação:

¿ Elas ajudam a dar um eixo para a economia.