Título: LÍDER TUCANO VOLTA A ATACAR DURAMENTE LULA
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Fonte: O Globo, 16/07/2005, O País, p. 11

Virgílio: presidente não tem condiçãode disputar reeleição

BRASÍLIA. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), voltou ontem a atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E, desta vez, foi mais duro ainda: ele afirmou que o presidente não tem condição de disputar a reeleição. Em tom irônico, apontou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, como um adversário mais difícil de ser enfrentado.

- Repito o que disse na quinta-feira. Lula é idiota ou corrupto. A população já percebeu. Não tem condições de disputar a reeleição. Ele é um galinha-morta. Para mim, é mais fácil vencer Lula na eleição do que Palocci - disse.

Esta semana, a Executiva do PSDB fechou posição de que o partido não proporá mudança na legislação atual para acabar com o instituto da reeleição, como foi cogitado anteriormente pelo próprio Arthur Virgílio, pelo senador tucano Tarso Jereissati (CE) e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Anteontem, Virgílio já havia chamado Lula de idiota durante discurso na tribuna do Senado. Ele contou ter recebido cerca de mil e-mails comentando sua fala. Segundo o líder tucano, apenas 20% faziam críticas. Nesta sexta-feira, ele argumentou que, apesar dos ataques, não vai agir sistematicamente.

- Não vamos jogar gasolina, mas também não vai ser apenas água. Não é sempre que vou fazer esse tipo de discurso. Mas é cada vez mais necessário dizer que o presidente tem culpa - disse Virgílio.

Os ataques do tucano aconteceram depois que o deputado Henrique Fontana (PT-RS) fez uma intervenção na CPI dos Correios, durante o depoimento do diretor comercial da Skymaster, Luiz Otávio Gonçalves, na quarta-feira. O parlamentar gaúcho perguntou a Gonçalves sobre uma doação de R$50 mil à campanha de Virgílio em 2002.

- Isso foi molecagem que me deixou revoltado. As minhas doações de campanha foram declaradas à Justiça Eleitoral - disse Virgílio.

O senador explicou que a doação da Skymaster foi legal. Ele disse ainda que a empresa não tem restrições para contribuir com campanhas.