Título: Paulistas perdem hegemonia na executiva do PT
Autor: Tatiana Farah
Fonte: O Globo, 17/07/2005, O País, p. 13

Depois do afastamento dos aliados de Dirceu, comando do partido agora tem gaúcho, cearense e pernambucano

SÃO PAULO. A queda do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e de seus aliados ¿ José Genoino, Delúbio Soares, Sílvio Pereira e Marcelo Sereno ¿ acabou por tirar de São Paulo o mando de jogo na disputa pelo controle do PT. A presidência, mesmo que temporária, está nas mãos do gaúcho Tarso Genro, cuja candidatura à presidência pode ser confirmada na próxima reunião do Campo Majoritário, no dia 23 de julho. O novo secretário de Finanças, deputado José Pimentel, é do Ceará. E o novo secretário de Comunicação, Humberto Costa, é de Pernambuco. O secretário-geral, Ricardo Berzoini, é o único paulista.

Líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP) diz que é muito cedo para avaliar os danos que o PT sofreu em São Paulo. Ele não teme que o PT esteja de mudança para Brasília, como dizem funcionários da sede nacional do partido, em São Paulo.

¿ O PT é um projeto nacional. O que for bom nacionalmente, seguramente será bom para São Paulo ¿ afirmou Mercadante.

Para o deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), cotado para assumir a liderança do governo na Câmara, a mudança do partido para Brasília seria mesmo a melhor solução:

¿ Acredito que o PT tem mesmo de ficar sediado em Brasília, porque ficaria mais ágil em seu diálogo com a Câmara, com o Senado e com as demais esferas políticas ¿ afirmou Cardozo.

Para João Felício, secretário-geral da CUT e membro da executiva nacional, São Paulo não ficará apagada na nova gestão:

¿ A direção tem o Berzoini. Além disso, São Paulo tem uma expressiva massa de filiados. E é importante ter uma alternância de poder.