Título: PROJETO JÁ CONSUMIU CERCA DE R$200 MILHÕES
Autor: Antonio Werneck
Fonte: O Globo, 17/07/2005, Rio, p. 18

Desde 1999, foram inauguradas 83 delegacias legais no estado

¿As Delegacias Legais foram a experiência mais arrojada e moderna que já se viu na área da segurança pública¿, anuncia o site do Programa Delegacia Legal. Implantado no Rio em 1999, o projeto, segundo o seu coordenador-geral, Cesar José de Campos, já consumiu cerca de R$200 milhões e tem inauguradas 83 de um total de 124 delegacias do estado.

De acordo com Cesar Campos, existem atualmente no banco de dados do programa mais de 12 milhões de informações. Estão catalogados 350 mil prontuários policiais e aproximadamente um milhão de ocorrências registradas. Os policiais que ficavam no balcão de atendimento das delegacias foram substituídos por universitários da área de ciências humanas, como psicologia, serviço social e comunicação, especialmente treinados e em regime de estágio profissional.

¿ São 3.600 policiais treinados e um Sistema de Inteligência Policial (SIP) com mais de três mil fotografias. Tudo isso podendo ser acessado, on-line, pelo policial em qualquer uma das delegacias legais ¿ contou Cesar Campos.

O Programa Delegacia Legal foi elogiado pelo relatório da ONU sobre violência divulgado em abril de 2001 e teve, pela primeira vez na história da segurança pública, uma certificação internacional ISO 9000.

Cesar Campos explicou que a tecnologia implantada nas delegacias envolve o uso de softwares, computadores, impressoras, scanners, fotos digitalizadas, ligações em rede, ligações com outros bancos de dados, intranet e internet.

¿ O projeto que está funcionando hoje nas delegacias legais foi dimensionado naquela época ¿ disse Cesar Campos, rebatendo as denúncias de que ocorreu superfaturamento.

O promotor Cláudio Calo Sousa, que iniciou todo o processo no Ministério Público estadual do Rio, lembrou em sua denúncia que o defensor público Paulo César Lima do Santos, que atuou na época na assessoria jurídica da própria Secretaria de Segurança Pública, teria identificado as supostas irregularidades e informado ao então secretário Josias Quintal. ¿Não seria admissível a liberação da quarta parcela, e mesmo assim as parcelas foram liberadas¿, escreveu Cláudio Calo em sua denúncia.