Título: RENDA DO TRABALHADOR CAIU 3,2% NOS ÚLTIMOS 12 MESES, SEGUNDO O DIEESE
Autor: Fabiana Parajara
Fonte: O Globo, 21/07/2005, Economia, p. 29

Em junho, desemprego na Grande São Paulo ficou estável em 17,5%

SÃO PAULO. Um estudo divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e pela Fundação Seade comprova que não houve melhora de renda para os trabalhadores nos últimos meses. O rendimento médio real dos ocupados registrou queda em maio. Na comparação com abril, a queda foi de 0,4%, para R$1.024. Nos últimos 12 meses, a queda é de 3,2%.

O rendimento dos assalariados com carteira assinada caiu 1,4% em maio, na comparação com abril, e ficou em R$1.118, acumulando perda de 3,9%. Entre os trabalhadores assalariados sem carteira assinada houve um pequeno aumento entre abril e maio, de 1,7%, atingindo R$791.

¿ O rendimento está estável, mas no fundo do poço. Havia a expectativa de que ele aumentasse ¿ afirmou o coordenador de análises do Seade, Alex Loloian.

A pesquisa apontou ainda, pelo terceiro mês consecutivo, a estabilização do desemprego entre a População Economicamente Ativa (PEA) da Grande São Paulo. Em junho, a taxa permaneceu em 17,5%, e o número de desempregados é de 1,7 milhão de pessoas. O índice frustrou a expectativa dos pesquisadores, que esperavam uma redução do desemprego em junho, por conta do aquecimento da economia a partir do segundo semestre.

¿ Preocupa a estabilidade dos postos da indústria, o que demonstra dúvidas das empresas sobre o futuro. No comércio, a redução dos postos confirma a estagnação da renda ¿ disse Clemente Ganz Lúcio, diretor do Dieese, afirmando que a política monetária quebrou a expectativa de melhora do mercado de trabalho em 2005.

Loloian, da Seade, acrescentou que ¿criação de postos tem a ver com a economia e o clima político¿:

¿ Os investimentos continuam muito baixos. Além disso, o consumo interno não cresce ¿ completou.