Título: COMISSÃO VAI DISCUTIR CRISE NA SAÚDE
Autor: Maria Elisa Alves
Fonte: O Globo, 28/07/2005, Rio, p. 20

Ministro forma grupo para achar soluções que melhorem atendimento nos hospitais do Rio

Depois da queda de braço com a prefeitura do Rio no início do ano ¿ a intervenção federal em seis hospitais da administração municipal só terminou após dois meses de tensas negociações ¿ o Ministério da Saúde quer agora apostar na conciliação para tentar resolver os problemas da rede pública fluminense. O novo ministro da Saúde, Saraiva Felipe, determinou a criação de uma comissão com representantes dos governo federal, estadual e municipal para estudar medidas para melhorar o atendimento à população.

Secretário diz que combate à dengue é insatisfatório

A primeira reunião da comissão acontece na próxima semana. Para que a união entre os três poderes fosse selada, o ministro se reuniu na semana passada com o prefeito Cesar Maia e com a governadora Rosinha Garotinho. Ele também participou de um almoço com representantes das secretarias de Saúde.

Já está na pauta da primeira reunião da comissão a discussão sobre a criação de uma central de regulação de vagas que atenda todo o estado. Segundo o secretário estadual de Saúde, Gílson Cantarino, a intenção é unificar a central do Rio com as da Baixada para agilizar o atendimento aos pacientes que precisam ser internados. Com a criação da central de regulação, seria possível saber com rapidez onde haveria leitos disponíveis.

¿ A prioridade número um vai ser também a discussão sobre o combate à dengue. Não estou satisfeito ¿ disse o secretário estadual de Saúde.

A comissão também vai discutir a criação de um plano de investimentos a curto, médio e longo prazo, para a criação de mais leitos de UTI, principalmente neonatal, e a ampliação do número de leitos em hospitais gerais.

O secretário nacional de Atenção à Saúde, José Gomes Temporão, coordenará a comissão. Segundo ele, a atenção básica também fará parte das discussões. Ele quer ampliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o programa Médico de Família.

¿ O Rio vive um paradoxo. Tem a maior rede de hospitais, o maior número de pesquisadores e de especialistas, mas a população não consegue perceber como bom o atendimento. Estamos longe de atender as expectativas dos pacientes ¿ disse Temporão.