Título: NO RIO, PROTESTO FECHA A RIO BRANCO
Autor: Luiza Damé e Isabel Braga
Fonte: O Globo, 29/07/2005, O País, p. 9

Grevistas e militantes do PSTU botam fogo em pneus para parar trânsito

Um protesto pequeno mas barulhento. Cerca de 50 manifestantes, entre servidores em greve do Sindicato dos Servidores da Previdência do Rio de Janeiro e militantes do PSTU e do PSOL fecharam ontem à tarde a Avenida Rio Branco, em frente à Cinelândia, usando pneus em chamas e um carro de som que incitava a população a participar do bloqueio. O protesto provocou tumulto e um gigantesco engarrafamento nas ruas próximas.

Policiais do Batalhão de Choque, com o reforço de homens do Batalhão de Trânsito e do 13º BPM (Praça Tiradentes), abriram caminho usando gás de pimenta. Uma mulher passou mal e foi atendida pela ambulância do Corpo de Bombeiros.

O gari Cristiano Luiz De Araújo Cavalcanti, de 27 anos, que passava no local, tomou as dores dos manifestantes que discutiam com a polícia e acabou agredido e preso. Na delegacia, ele explicou que estava ali apenas para encontrar a namorada. Segundo testemunhas, ele foi agredido depois de reclamar com um policial que teria jogado gás de pimenta nos olhos do historiador Tiago Gomes, de 25 anos.

¿ Ele reclamou que era covardia . O policial perguntou o que ele estava falando, ele repetiu e o PM partiu para cima do cara. Juntaram outros cinco ou seis PMs ¿ disse Tiago Gomes.

O comandante Alexandre Siqueira, do 13º BPM, alegou que a polícia usou a força, mas de maneira legal, e afirmou que este tipo de protesto não é democrático.

Usando camisas com a inscrição ¿Para os deputados, mensalão; para servidor, nenhum tostão¿, os manifestantes protestavam contra a corrupção e pelo reajuste salarial dos servidores da área da Saúde.

Segundo o sindicalista Shirley Coelho, os servidores reivindicam uma reposição salarial de 18% e um plano de cargos e carreiras. O carro usado no protesto foi apreendido.