Título: MEIA DÉCADA DE BRIGAS
Autor: Helena Chagas/Gerson Camarotti/Bernardo de la Peñ
Fonte: O Globo, 31/07/2005, O País, p. 12

Duelo de Dantas e fundos começou 2 anos após privatização

O embate societário nas operadoras da telefonia começou dois anos depois da privatização do Sistema Telebrás, em 1998. Os dez fundos de pensão, entre eles Previ, Petros e Funcef, que se tornaram parceiros do banqueiro Daniel Dantas na BrT, na Telemig Celular e na Amazônia Celular, foram à Justiça contra o Opportunity. As fundações questionavam o poder excessivo do banco na intrincada rede societária das empresas.

No topo dos controladores das teles estão o CVC Equity Partners (o fundo CVC estrangeiro, do qual o Citigroup é cotista) e o Fundo Investidores Institucionais (ex-CVC nacional, no qual estão as fundações). O Opportunity tinha participação minoritária nos dois fundos, mas pelo acordo de acionistas tinha a gestão dos fundos e, conseqüentemente, das empresas.

Após anos de disputa, em 2003, os fundos venceram na Justiça uma ação para destituir o Opportunity do comando do CVC nacional. No ano seguinte, firmaram um acordo com o Citigroup para tirar do banco o controle do fundo estrangeiro. Tanto a Justiça americana quanto a Anatel ratificaram a destituição.

A aproximação entre os fundos e o Citigroup frustrou Dantas. Ele sonhava com uma operação de descruzamento de ações, no qual o Opportunity assumiria BrT, Telemig e Amazônia Celular e entregaria aos fundos sua participação no capital da Telemar.

Os fundos, agora, tentam as últimas ações para assumir a BrT. Sem o Opportunity, a administração passaria ao Citigroup, o maior acionista individual, numa gestão compartilhada com o grupo de fundações. (Flávia Oliveira)