Título: NA ARGENTINA, A OPÇÃO DOS PACOTES PRÉ-PAGOS
Autor: José Meirelles Passos
Fonte: O Globo, 31/07/2005, Economia, p. 32

Apesar da liberalização, o mercado está concentrado nas mãos de duas empresas

BUENOS AIRES. A assinatura de telefonia fixa custa na Argentina 16 pesos e a habilitação, 181,50 pesos. O custo do primeiro minuto da ligação é de 0,03 centavos. Comparado com o salário-mínimo argentino, de 630 pesos, o custo da assinatura de telefone é hoje um dos mais baixos do continente: 2,53%. No entanto, alertou o analista Enrique Carrier, diretor da empresa de consultoria Carrier e Associados, a falta de concorrência continua um problema que o país precisa resolver.

¿ Não há grande pressão para reajustar as tarifas porque o custo das empresas não aumentou. Hoje é mais barato do que em 2001 porque todos os preços subiram, até os salários, mas a telefonia não ¿ disse.

Os argentinos podem optar, ainda, por pacotes pré-pagos que custam 35 pesos mensais e incluem 19 pesos em ligações.

Em 1991, o então presidente Carlos Menem (1989-1999) privatizou a Entel e entregou o controle da telefonia às empresas Telecom e Telefónica. Por quase dez anos ¿ quando vigorava a paridade entre peso argentino e dólar ¿ ambas companhias modernizaram o mercado mas também cobraram uma das tarifas mais caras do mundo. Uma ligação para Nova York, por exemplo, custava em torno de US$0,81 por minuto.

O governo de Fernando de la Rúa liberou o mercado, mas, apesar disso, 90% continuam controlados por Telecom e Telefónica. O preço das tarifas despencou pela desvalorização do peso. Desde então, as tarifas estão congeladas.