Título: Peso do telefone no orçamento sobe 300%
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 31/07/2005, Economia, p. 33

Em 1994, gastos em comunicação eram 0,9% das despesas. Este ano parcela já é quatro vezes maior: 3,86%

A inflação da telefonia impressiona e, por isso, os custos com o serviço ocupam cada vez mais espaço no orçamento doméstico. Em julho de 1994, os gastos com o telefone representavam menos de 1% (0,9662%) do orçamento das famílias, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE. Em junho deste ano, essa única despesa consumia 3,8675% dos ganhos, um salto de 300% ¿ ou seja, quadruplicou o peso de uma única conta nas famílias que ganham entre um e 40 salários-mínimos.

¿ Antes da estabilização dos preços, as tarifas de telefonia eram usadas para debelar a inflação. Para a privatização da Telebrás (1998), houve o tarifaço ¿ lembra Eulina Nunes, gerente do Sistema de Índice de Preços do IBGE.

Na medição feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que capta a variação de preços de famílias que recebem entre um e 33 salários-mínimos, o resultado é bem semelhante. No Índice de Preços ao Consumidor do Mercado (IPC-M), a telefonia respondia por apenas 1,22% das despesas domésticas em 1994. Agora, abocanha 3,92%:

¿ A população começou a ficar mais refém do serviço, com avanço da tecnologia ¿ disse André Furtado Braz, coordenador dos IPCs da FGV.