Título: BANCOS FIZERAM NEGÓCIO COM SP
Autor: Jailton de Carvalho e Rodrigo Rangel
Fonte: O Globo, 02/08/2005, O País, p. 12

BMG e Rural firmaram convênio para crédito consignado na gestão de Marta

SÃO PAULO. O Banco BMG e o Banco Rural, que juntos emprestaram R$5,4 milhões ao PT em 2003, conseguiram autorização da então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), para fazer empréstimos com desconto na folha de pagamento de funcionários efetivos, aposentados e pensionistas da prefeitura.

Segundo dados do Sistema de Execução Orçamentária da Prefeitura de São Paulo, o BMG e o Rural emprestaram R$182,5 milhões em 2003 e 2004 ao funcionalismo paulistano.

O BMG foi o primeiro banco a conseguir operar na modalidade crédito consignado com a prefeitura: assinou o convênio em 12 de dezembro de 2001. O contrato com o Rural foi assinado em 22 de fevereiro de 2002. Os dois termos foram renovados em 4 de outubro de 2004, um dia após o primeiro turno das eleições municipais, assinados pela então secretária municipal de Gestão Pública, Mônica Valente, mulher do ex-tesoureiro do PT nacional, Delúbio Soares.

Os convênios com os bancos BMG e Rural ainda estão em vigor na administração do prefeito José Serra (PSDB). A assessoria de imprensa de Marta Suplicy diz que não houve favorecimento para os bancos.

¿Os servidores escolhiam o banco¿, diz nota da assessoria

¿As taxas de juros eram públicas, preferenciais, fixadas pelos bancos e estabelecidas em contratos que não passavam pela administração municipal. Os servidores escolhiam o banco, se quisessem contrair empréstimos. Em nenhum momento houve autorização específica por parte da administração para o credenciamento deste ou daquele estabelecimento, limitando-se o governo municipal a veicular no site da prefeitura os nomes das instituições credenciadas, as condições dos empréstimos e as taxas de juros praticadas¿, diz a nota.

A administração petista ressalta que diversos bancos cumpriram as normas para habilitação do crédito consignado: Real, Caixa Econômica Federal, Panamericano, Schahin, BMG, Paraná, Banco Luso, Banco Industrial e Comercial, Rural e BMC.

As assessorias do BMG e do Banco Rural informaram que as instituições não ofereceram e nem receberam vantagem por terem assinado os contratos de crédito consignado na gestão da ex-prefeita Marta.

(*) Do Diário de S.Paulo