Título: EXPECTATIVA DE INFLAÇÃO CAI PARA 5,4%
Autor: Martha Beck e Ronaldo D'Ercole
Fonte: O Globo, 02/08/2005, Economia, p. 24

Aumento de tarifas telefônicas pressiona IPC-S e índice da FGV sobe 0,13%

O mercado reduziu, pela 11ª semana seguida, a projeção de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que baliza o sistema de metas do governo. De acordo com pesquisa semanal do Banco Central (BC) com analistas de cem instituições financeiras, a estimativa do IPCA no fim do ano caiu ligeiramente da semana passada para cá ¿ de 5,55% para 5,4% ¿ e está perto da meta ajustada do BC para este ano (5,1%). Para chegar a este objetivo, o BC elevou por nove meses consecutivos a taxa básica de juros da economia, a Selic, que há dois meses é mantida em 19,75%.

O mercado mantém as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a taxa, mais uma vez, na reunião de agosto. Os economistas dos bancos mantêm esta estimativa há dez meses. Para o fim do ano, a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pela pesquisa do BC é que a Selic chegue a 17,88%. Para 2006, ela foi mantida em 15,75% ao ano.

O mercado manteve também a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas geradas pelo país) em 3% este ano. Para o ano que vem, a aposta majoritária é de expansão econômica de 3,5%.

A expectativa para a taxa de câmbio no fim do ano também é a mesma há quatro semanas: R$2,55. Para 2006, caiu de R$2,78 para R$2,75 por dólar.

Alimentação teve queda de 0,64% no IPC-S

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fechou a quadrissemana encerrada em 31 de julho em 0,13%, uma pequena alta em relação ao 0,12% do período anterior. O principal motivo da alta foi o segmento Habitação, que teve alta de 0,72%, impulsionada pelo aumento nas tarifas de telefonia fixa. A segunda alta mais importante foi no item Saúde e Cuidados Pessoais (0,46%).

O grupo Alimentação teve queda de 0,64%, uma pequena aceleração em relação ao último período, quando houve deflação de 0,68%. A pesquisa também apontou queda mais forte no preço do vestuário. O motivo são as liquidações de inverno. Com isso, o item passou de uma deflação de 0,33% para outra de 0,91%.