Título: Azeredo nega envolvimento em caixa 2
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 03/08/2005, O País, p. 16

Senador tucano tenta evitar convocação formal para explicar empréstimo de agência de Valério

BRASÍLIA. Na tentativa de evitar sua convocação formal pela CPI dos Correios, o presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), se apresentou ontem espontaneamente à comissão para dar sua versão sobre um empréstimo de R$11,7 milhões contraído pela DNA Propaganda no dia 19 agosto de 1998, que teria beneficiado sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais. O senador confirmou que Cláudio Mourão, coordenador de sua campanha, teria pedido apoio à SMP&B para candidatos aliados, mas sem seu conhecimento. Atribuiu a Mourão a responsabilidade pela omissão dessa contribuição em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Negando veementemente que a operação de financiamento tenha tido seu aval, do governo estadual ou do PSDB, Azeredo classificou de ¿ilação¿ a afirmativa de que o dinheiro desse empréstimo tenha sido repassado para candidatos a deputados da coligação partidária que o apoiava.

Apesar do apoio recebido pela cúpula tucana, que fez questão de acompanhá-lo ontem na CPI, as explicações de Azeredo foram consideradas insuficientes. Representantes da base governista deverão insistir na necessidade de sua convocação na reunião administrativa de amanhã.

Oposição garante convocação de Dirceu

A oposição garantiu ontem a aprovação da convocação do ex-ministro José Dirceu e do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, identificado como um dos beneficiários do esquema de saques de dinheiro do Banco Rural montado por Marcos Valério. Já a votação da proposta de quebra do sigilo das aplicações financeiras dos fundos de pensão de estatais no BMG e Banco Rural foi adiada para amanhã.

Numa carta ao senador tucano, Mourão admite que tomou a iniciativa de apoiar candidatos a deputado que pudessem fortalecer a campanha. Por isso, teria solicitado à SMP&B apoio a vários candidatos, acreditando que estes declarassem em suas prestações de contas os recursos financeiros recebidas. Esta teria sido a razão, segundo Mourão, para que não tenha incluído esse dinheiro na prestação da campanha majoritária.