Título: RECEITA: AUTUAÇÕES SUBIRAM 38,92%
Autor: Carlos Vasconcellos
Fonte: O Globo, 04/08/2005, Economia, p. 33

Combate à sonegação arrecadou R$21,95 bi no primeiro semestre

BRASÍLIA. O trabalho de combate à sonegação feito pela Receita Federal no primeiro semestre deste ano resultou num aumento de 38,92% do valor das autuações de pessoas físicas e jurídicas em relação ao mesmo período de 2004. Entre impostos devidos, juros e multas, as autuações somaram R$21,95 bilhões, contra R$15,8 bilhões no primeiro semestre do ano passado. Os resultados foram apresentados ontem no Seminário Regional de Fiscalização da 1ª Região.

O número de contribuintes investigados também teve um aumento significativo ¿ 81,2% no primeiro semestre. O volume de pessoas físicas e jurídicas fiscalizadas passou de 6.161 nos seis primeiros meses de 2004 para 11.164 este ano.

Segundo o balanço da fiscalização, 4.647 pessoas jurídicas foram autuadas em R$20,77 bilhões no período. Esse valor representa um aumento de 40,3% em relação a 2004, de 2.480 e R$14,80 bilhões, respectivamente. No caso das pessoas físicas, as autuações este ano totalizaram R$1,18 bilhão, para 6.517 contribuintes ¿ uma alta de 18% frente ao R$1 bilhão em autuações para 3.681 pessoas em 2004.

Nem metade da meta foi cumprida, diz coordenador

Segundo o coordenador-geral de fiscalização da Receita, Marcelo Fisch, os números mostram que a investigação está cada vez mais eficiente. E o Leão não vai sossegar.

A equipe da Fazenda não cumpriu nem metade da meta de fiscalização para este ano. No caso das pessoas jurídicas, foram cumpridos apenas 30%, e no das pessoas físicas, 40%.

¿ Ainda nos resta muito a fazer no segundo semestre ¿ disse Fisch no seminário.

O encontro também discutiu a criação da Super-Receita, que vai unificar as secretarias da Receita Federal e da Receita Previdenciária. Segundo o secretário-adjunto do Fisco, Paulo Ricardo Cardoso, a fiscalização ficará mais eficiente, porque o governo terá mais elementos para cruzar informações e detectar irregularidades cometidas pelos contribuintes.

A integração também vai se refletir na fiscalização. Inicialmente, as equipes da Receita Federal e da Receita Previdenciária vão trabalhar separadamente. Numa segunda fase, a fiscalização será feita em conjunto. Na fase final, haverá o que se chama de auditoria plena, em que as duas estruturas estarão totalmente unificadas.