Título: MORADORES FARÃO MANIFESTAÇÃO HOJE
Autor: Miá Menezes
Fonte: O Globo, 05/08/2005, Rio, p. 15

Eles vão protestar contra a falta de repasses que ameaça paralisar obras

Apesar da promessa da empreiteira Norberto Odebrecht de que as obras do metrô não serão interrompidas, a ameaça de uma paralisação, por causa da falta de recursos, ainda paira no ar e deixa preocupados moradores e comerciantes de Copacabana, especialmente do Bairro Peixoto. Por causa disso, eles farão hoje uma manifestação contra a falta de repasses do BNDES. A concentração será a partir das 9h30m, na Rua Xavier da Silveira, esquina com a Rua Barata Ribeiro.

A suspensão das obras, para muitos, significa prolongar por mais tempo tormentos como barulho, poeira, dificuldade para chegar em casa, sujeira, proliferação de ratazanas, prejuízo para o comércio e falta de segurança. O presidente da Sociedade dos Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães, acha um absurdo que moradores e comerciantes tenham de continuar pagando com seu sacrifício o impasse entre o governo do estado e o BNDES. Ele lembra que as obras do metrô têm um histórico de interrupções no bairro.

¿ Não é justo que os cidadãos sejam obrigados a pagar mais essa conta. Copacabana já sofreu muito. É hora de acabar com esse impasse e finalizar o metrô ¿ enfatizou Magalhães.

Síndica do Edifício Vinte e Dois de Maio, na Rua Anita Garibaldi ¿ no trecho interditado ao tráfego há seis anos ¿ Maria Augusta Scheyer reclama das obras que se arrastam. Ela afirma que os tapumes estão servindo para acobertar assaltantes e grupos de mendigos, que passaram a dormir no local.

¿ Isso aqui virou um inferno com as obras do metrô. No início, fomos obrigados a conviver com barulho e poeira. Agora, com as obras praticamente paradas, são os ratos que nos atormentam. Não sei por que não fecham esse buraco de uma vez. O vizinho do prédio em frente está tentando vender a cobertura porque os filhos pequenos passaram a ter complicações pulmonares devido à poeira do cimento ¿ reclamou a síndica, acrescentando que quatro lojas no quarteirão fecharam as portas e outras duas estão para ser alugadas há anos. ¿ Mas quem é que quer vir para um lugar assim?