Título: POLÍCIA CIVIL INVESTIGA CAFETINA DESDE 2003
Autor: Demétrio Weber/Adriano Ceolin
Fonte: O Globo, 06/08/2005, O País, p. 11

Citada na CPI dos Correios, aliciadora também já esteve na mira do Ministério Público Federal

BRASÍLIA. Desde 2003, a Polícia Civil do Distrito Federal investiga a cafetina Jeany Mary Córner, conhecida agora como a "cafetina do mensalão", pelo aliciamento de mulheres, inclusive menores, para a prostituição de luxo, tendo políticos com clientes. Jeany virou personagem da CPI dos Correios depois que o senador Demóstenes Torres (PMDB-GO) disse, na quarta-feira, que ela ajudava a organizar orgias para políticos beneficiados pelo mensalão, segundo informações da Polícia Federal.

Pelo menos uma das festas teria ocorrido na suíte presidencial do hotel Gran Bittar, usado como ponto de distribuição de dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza a parlamentares. Na agenda da ex-secretária de Valério Fernanda Karina Somaggio há a reserva de uma suíte presidencial neste hotel, na mesma época.

A Polícia Civil constatou que Jeany aliciava mulheres em São Paulo, Rio, Paraná e Goiás. O valor dos programas ficaria entre R$380 e R$2 mil, de acordo com a prostituta escolhida e a situação. As garotas ficavam hospedadas em hotéis ou num conjugado, na Asa Norte, onde Jeany morou em 2003.

A cafetina já apareceu em outra investigação do Ministério Público. Nesse caso, envolvendo o então deputado distrital Pedro Passos, acusado de grilagem. Passos teria contratado os serviços de Jeany para animar uma festa durante a campanha pela reeleição do governador Joaquim Roriz (PMDB) em 2002. A conversa dessa negociação foi gravada com autorização judicial e está em poder do Ministério Público Federal.

Em 2003, a Polícia Civil constatou que Jeany freqüentava uma boate chamada Show Bar, atualmente desativada, e o Bar Chilob, também na Asa Norte. A cafetina manteria também um telefone em São Paulo.

COLABOROU: Gerson Camarotti

*Do Globo Online