Título: MANOEL SEVERINO E OS SACADORES DO RIO
Autor: Gerson Camarotti e Flávio Freire
Fonte: O Globo, 09/08/2005, O País, p. 4

Subsecretário de Benedita diz à PF que dinheiro era para campanha

Em depoimento prestado ontem na Superintendência da Polícia Federal no Rio, o subsecretário de governo na gestão de Benedita da Silva, Carlos Manoel Costa Lima, disse ontem que não sabe de quem partiu a ordem para dois saques de R$50 mil cada, feitos em agosto e setembro de 2003 numa agência do Banco Rural no Rio da conta da DNA Propaganda, e quem foram os beneficiários do dinheiro. Carlos Manoel disse apenas que acreditava ser para pagamentos de dívidas da campanha de Benedita ao governo do estado, em 2002.

Carlos Manoel disse ao delegado Pedro Ribeiro não se recordar quem lhe avisara que o dinheiro estava disponível. Disse também que havia lista de receptores do dinheiro, para que fossem pagas dívidas ¿eleitorais e pós-eleitorais¿, e que a lista lhe fora enviada por Manoel Severino dos Santos, ¿onde estavam relacionadas as pessoas que tinham créditos decorrentes das atividades de campanha¿. Carlos Manoel disse que se desfez da lista.

Manoel Severino dos Santos foi secretário de articulação governamental de Benedita e seu coordenador de finanças na campanha de 2002. Em 2003, foi nomeado presidente da Casa da Moeda e pediu demissão na semana passada. Ele aparece como beneficiário de quase R$2,7 milhões, conforme lista dada à PF pela gerente financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos. Ele nega ter recebido o dinheiro.

Em nota, a ex-governadora afirma não ter dívidas de campanha, e lembra que suas contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Procurado pelo GLOBO, Manoel Severino dos Santos não quis se manifestar.