Título: Candidato do PMDB e prefeito trocam acusações
Autor: Maiá Menezes e Aloyiso Balbi
Fonte: O Globo, 28/10/2004, O país, p. 8

O vice-prefeito Geraldo Pudim, candidato do PMDB à prefeitura e que ocupou o cargo durante o afastamento do prefeito Arnaldo Vianna (PDT), afirmou ontem que, nas menos de vinte horas em que esteve prefeito, recolheu documentos que confirmariam as acusações de improbidade administrativa contra Vianna. Ele não revelou o teor da documentação e disse apenas que enviou os papéis ao Ministério Público.

¿ Tomamos o cuidado de enviar as denúncias ao Ministério Público. Vianna tem que se explicar sobre as acusações, já que foi condenado por improbidade administrativa e cassado duas vezes ¿ afirmou Pudim.

Vianna, que ontem voltou de fato a ocupar o cargo, acusou o presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, aliado de Pudim, de estar por trás de seu afastamento:

¿ O povo não gosta de manobras espúrias. E acho que quem tentou manobras espúrias vai sair perdendo. Quem tentou foi Anthony Garotinho.

Prefeito recebeu alta ontem, após crise de hipertensão

Ao receber alta do hospital ProntoCárdio, onde fora internado com uma crise de hipertensão, Vianna foi para a prefeitura. Ele entrou com o pé direito, após fazer o sinal da cruz. Vianna foi reconduzido ao cargo porque o presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, revogou a decisão do desembargador Roberto Cortes, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, que concedera liminar ordenando seu afastamento.

¿ Tenho de ver o que fizeram nesse período. Se sumiu algum documento, é muito grave. Será que ele (Pudim) não encontrou documentos que ele mesmo pôs na prefeitura? ¿ disse Vianna, rebatendo as acusações de Pudim e antes de desafiar Garotinho a vencê-lo numa próxima disputa pela prefeitura:

O Ministério Público do Rio de Janeiro recorreu ontem da decisão de Jobim. O recurso foi enviado via fax para o gabinete de Jobim e deve ser julgado pelo plenário do STF na semana que vem. Porém, existe a possibilidade de o colegiado analisar o pedido hoje, quando os ministros estarão reunidos em sessão. Caberá a Jobim decidir se o assunto será resolvido antes ou depois das eleições.