Título: PETISTA PEDE REFUNDAÇÃO DO PARTIDO
Autor: Toni Marques e Ricardo Galhardo
Fonte: O Globo, 13/08/2005, O País, p. 8

Presença do ex-ministro incomoda a todos

SÃO PAULO. O moderado Movimento PT articula nos bastidores a destituição da atual direção e a Democracia Socialista (DS), uma das maiores correntes de esquerda, defende a refundação do partido num ato simbólico no Colégio Sion, onde o PT nasceu em fevereiro de 1980. No centro da crise de legitimidade que aflige a direção está a presença incômoda do ex-ministro José Dirceu.

- Temos que ter um ambiente petista de alta legitimidade e no qual o José Dirceu não mande - resumiu Joaquim Soriano, secretário de Formação Política do PT, integrante da executiva e do diretório nacional do partido e um dos líderes da DS.

Ele encaminhou a proposta de realização de um ato simbólico de refundação do partido no Sion com a participação de militantes históricos, intelectuais e artistas e sem José Dirceu. Além disso, Soriano defende a convocação de um Congresso Constituinte no qual tanto as relações internas quanto o estatuto e programa partidários sejam revistos.

Soriano confirmou que o Movimento PT articula a destituição da atual direção por avaliar que Tarso Genro e companhia não têm legitimidade para tocar as mudanças, mas está pessimista em relação às propostas.

- Empurraram isso para a reunião da executiva de terça-feira - disse.

Enquanto isso, DS, Movimento PT e o bloco de parlamentares de esquerda, que têm candidatos próprios para a presidência do partido (Raul Pont, Maria do Rosário e Plínio de Arruda Sampaio), ensaiam uma aproximação.

- Estamos com um diálogo muito bom - confirmou o deputado Ivan Valente (PT-SP), um dos líderes do bloco de esquerda.