Título: AÉCIO: DISCURSO FOI SUPERFICIAL E FRÁGIL
Autor: Lydia Medeiros/Adriana Vasconcelos/Adriano Ceolin
Fonte: O Globo, 13/08/2005, O País, p. 10

Para a Fiesp, o pronunciamento 'não acrescentou grande coisa'

BELO HORIZONTE e SÃO PAULO. O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), disse que Lula poderia ter sido mais firme em seu pronunciamento, para ele superficial e frágil. Aécio defendeu o aprofundamento das investigações e a punição dos culpados. Ao mesmo tempo, pediu serenidade para evitar que a crise aumente.

- Pelo que ouvi no pronunciamento, acho que ele perdeu uma oportunidade de avançar na identificação dos responsáveis e também da sua própria responsabilidade. Eu acho que, infelizmente, a crise se agrava e o presidente da República poderia ter tido uma palavra um pouco mais firme, admitindo que o seu entorno estava apodrecido e na verdade, hoje, o Brasil vive uma crise em razão, no mínimo, do alheamento do presidente em relação ao que aconteceu ao seu entorno - criticou Aécio.

E continuou:

- Ficaram faltando explicações. O pronunciamento, por mais que fosse necessário, foi superficial, não entrando nas questões objetivas, como a remessa de recursos para o exterior, o mensalão e tudo mais.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que o pronunciamento de Lula "não acrescentou grande coisa" à solução da crise política que envolve o país. Sobre o cenário econômico, Skaf declarou que a crise política ainda não afetou a economia, mas que pode prejudicar novos investimentos.