Título: Recuperação da economia reduz déficit da Previdência
Autor: Geralda Doca
Fonte: O Globo, 28/10/2004, Economia, p. 29

O crescimento da economia e a recuperação do mercado formal de trabalho ajudaram a reduzir o déficit da Previdência Social em setembro. No mês passado, as contas do INSS apresentaram um saldo negativo de R$ 2,5 bilhões, uma queda de 1% em relação a agosto. A arrecadação líquida em setembro chegou a R$ 7,52 bilhões ¿ o segundo melhor resultado da história, sem contar os meses de dezembro, por causa do décimo terceiro salário ¿ e o total de despesas com benefícios ficou em R$ 10 bilhões.

Diante da tendência de alta da arrecadação nos próximos meses, o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, projeta uma redução de R$ 300 milhões no déficit estimado para o ano, de R$ 29,7 bilhões:

¿ Temos uma tendência mais positiva na arrecadação, principalmente com a recuperação do mercado de trabalho.

No acumulado deste ano, porém, o déficit do INSS atingiu R$ 20 bilhões, um crescimento de 9,6% em relação ao mesmo período de 2003, que foi de R$ 18,28 bilhões.

Arrecadação do INSS no 3 trimestre subiu 11,4%

O principal motivo para a elevação da necessidade de financiamento em 2004, disse Schwarzer, foi o aumento das despesas com sentenças judiciais, sobretudo com o Índice de Reajuste de Salário Mínimo (IRSM) no valor das aposentadorias. O gasto subiu 218,6%, de R$ 783,1 milhões entre janeiro e setembro de 2003 para R$ 2,49 bilhões este ano.

Já a arrecadação líquida do INSS no terceiro trimestre de 2004 subiu 11,4% frente ao mesmo período de 2003 e chegou a R$ 66,2 bilhões. Houve também uma melhora na recuperação de crédito, que somou R$ 5,1 bilhões contra os R$ 4,66 bilhões registrados entre janeiro e setembro do ano passado.

Em setembro, o governo pagou 22,7 milhões de benefícios, entre aposentadorias, auxílio-doença e salário-maternidade. Foram 1,3 milhão só de auxílio-doença, um crescimento de 36,1% em relação ao mesmo período de 2003 e de 3,4% em relação a agosto deste ano.

O secretário defende uma parceria entre os ministérios da Previdência e da Saúde para evitar que o auxílio-doença continue crescendo a taxas tão elevadas.