Título: TERREMOTO DE 7,2 PONTOS ATINGE JAPÃO E FERE 59
Autor:
Fonte: O Globo, 17/08/2005, O Mundo, p. 31

Tremor é sentido em dois terços do país, inclusive Tóquio

TÓQUIO. Um violento terremoto de 7,2 pontos na escala Richter estremeceu a província de Miyagi, no noroeste do Japão, ferindo pelo menos 59 pessoas e provocando caos em diversas cidades e reflexos até na capital, Tóquio, 300 quilômetros ao sul da área mais afetada. O tremor foi tão intenso que a terra tremeu em três quartos do território japonês.

O terremoto ocorreu às 11h46m (23h46m de segunda-feira em Brasília) e seu epicentro foi a 80 quilômetros da costa de Miyagi e 42 quilômetros abaixo do leito do mar. A capital da província, Sendai, de um milhão de habitantes, foi fortemente afetada pelo tremor.

- Fiquei assustada com a violência do tremor. Estava no primeiro piso da minha casa e o chão começou a se inclinar. Depois houve uma série enorme de sacudidas horizontais - disse Wakako Suzuki, uma mulher de 31 anos que mora perto de Sendai.

Tremor em 1978 matou 28 pessoas na região

Dos 59 feridos, 22 deles estavam numa piscina coberta de um clube de Sendai cujo teto ruiu. Imagens da TV japonesa mostraram jovens e crianças em trajes de banho chorando e equipes de resgate procurando vítimas entre os destroços dentro da piscina. Uma casa de madeira desabou no interior da província e uma mulher teve que ser retirada dos escombros.

Cerca de 17 mil residências ficaram sem energia elétrica em Miyagi. Os trens-bala pararam. Até mesmo elevadores de arranha-céus em Tóquio deixaram de funcionar devido a oscilação sentida nestes edifícios.

O Japão é um país tão freqüentemente atingido por terremotos (cerca de 20% dos tremores com 6 ou mais pontos na escala Richter no planeta ocorreram lá) que tem uma escala própria para medi-los. Em vez de analisar a energia desprendida pelo sismo, conta seus efeitos no arquipélago japonês. Numa escala de sete, o tremor de ontem chegou a seis pontos.

Em 1978, um tremor na mesma região matou 28 pessoas e feriu mais de dez mil. Desde então, o governo impôs rígidas normas para construção de novos prédios e para reformas de edifícios já existentes.

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