Título: OPERAÇÃO PRENDE 34 POR TRÁFICO DE ARMAS
Autor: Chico Oliveira
Fonte: O Globo, 23/08/2005, O País, p. 14

Entre os detidos há três policiais; bando também é suspeito de lavagem de dinheiro e venda de drogas

PORTO ALEGRE. Numa operação conjunta, a Polícia Federal e a Polícia Civil do Rio Grande do Sul prenderam ontem, em 16 cidades gaúchas, 34 integrantes de uma quadrilha acusada de envolvimento com o tráfico de armas e entorpecentes, além de assaltos a bancos e a carros-fortes e roubo de cargas no Sul do país. Na operação, chamada Serraluz, foram recolhidos dezenas de armas de calibres proibidos, entre elas fuzis; grande quantidade de drogas, principalmente cocaína; explosivos, dinheiro e mais de cem veículos. Entre os presos, há um policial civil e dois policiais militares, um de Porto Alegre e outro de Bento Gonçalves.

Segundo a PF, a quadrilha fornecia armas e explosivos usados em ataques a carros-fortes no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O dinheiro dos assaltos era lavado por meio do comércio de automóveis na grande Porto Alegre.

Na operação Serraluz, foram mobilizados 200 policiais federais das diversas delegacias no estado, apoiados por policiais e delegados vindos de Brasília e Dourados, no Mato Grosso do Sul, além de mais 260 policiais civis e da Brigada Militar do Rio Grande do Sul.

Dos 34 mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal de Porto Alegre, 33 haviam sido cumpridos até o fim da tarde. As prisões e os 54 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 16 cidades gaúchas: Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Alvorada, Gravataí, São Sebastião do Caí, Farroupilha, Bento Gonçalves, Caxias, Estrela, Lajeado, Uruguaiana, Quarai, Dom Pedrito, Faxinal Soturno e Taquara.

Em Gravataí, um dos detidos reagiu à prisão e feriu um policial civil. Os presos foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Porto Alegre, de onde foram encaminhados para o Presídio Central.

Entre os crimes, assaltos a carros-fortes e latrocínio

A especialidade da quadrilha era lavar o dinheiro do tráfico de armas e entorpecentes, da venda das cargas roubadas e do produto dos assaltos, no comércio de automóveis. Os veículos foram apreendidos em oito revendedoras, duas delas de propriedade do chefe da quadrilha, Jair de Oliveira, em São Leopoldo e Novo Hamburgo.

A investigação foi iniciada em outubro de 2004 e, em junho, já havia levado à prisão outro chefe da quadrilha, Paulo Sérgio de Oliveira Barros, em Lages (SC), quando tentava receptar cocaína vinda do Paraguai para ser revendida em Porto Alegre. No desdobramento das investigações verificou-se a atuação da quadrilha no tráfico de armas na região serrana, na fronteira e na grande Porto Alegre, e em outros crimes: latrocínio, furto de explosivos e munição, assaltos a residências, a carros-fortes, a instituições bancárias e comerciais e roubo de cargas.