Título: JUSTIÇA PEDE PRISÃO DE MAIS QUATRO POR ENVOLVIMENTO NO ROUBO DO BC
Autor: Isabela Martin
Fonte: O Globo, 23/08/2005, O País, p. 14

Dois mandados devem ser cumpridos em São Paulo e dois no Ceará

FORTALEZA. A Justiça Federal decretou a prisão preventiva de mais quatro pessoas por suspeita de envolvimento no roubo de R$164 milhões do Banco Central de Fortaleza, que completou duas semanas. Dois mandados devem ser cumpridos em São Paulo e o restante no Ceará. Os nomes foram mantidos em sigilo. Uma das linhas de investigação é de que haja um consórcio de quadrilhas interestadual por trás do maior roubo a bancos do Brasil.

Os mandados foram decretados pelo juiz plantonista Bruno Leonardo Câmara Carrá no fim de semana. Além dos quatro procurados pela polícia, já estão presos preventivamente os empresários José Elizomarte Fernandes e Dermival Fernandes, donos da revendedora de veículos Brilhe Car, acusados de envolvimento no roubo milionário do Banco Central de Fortaleza.

Eles estavam presos há dez dias e poderiam ter sido libertados domingo, quando se expirava a prisão temporária. Com a decretação da prisão preventiva, continuarão na carceragem da superintendência da PF por tempo indeterminado.

Os quatro homens procurados pela PF foram identificados por uma testemunha através de fotos de um álbum de investigação policial. Eles teriam comprado veículos na Brilhe Car.

Entre os suspeitos, pelo menos dois são foragidos da Justiça: há contra eles mandados de prisão em aberto. Um levantamento da Secretaria Nacional de Segurança Pública mostrou que os demais também respondem a inquéritos policiais ou a processos penais.

Investigados são também principais testemunhas

Acredita-se que parte do bando tenha histórico de assalto a bancos e a empresas de transporte de valores em vários estados. Um dos possíveis suspeitos é Antônio Jussivan Alves dos Santos, conhecido com Alemão. Ele é apontado como um dos principais integrantes da quadrilha chefiada pelo bandido paulista Edgar dos Santos Resende, o Denis. Em 1999, eles teriam participado de um grande assalto à empresa cearense de transporte de valores Corpus, quando foram roubados R$6 milhões.

Além de investigados, os donos da revenda Brilhe Car, os irmão José Elizomarte Fernandes e Dermival Fernandes, são também as principais testemunhas. Eles venderam dez veículos para membros da quadrilha e receberam R$980 mil à vista em notas de R$50 roubadas do BC. No último domingo, a Justiça Federal transformou em preventiva a prisão temporária deles, que expirava naquele mesmo dia.

Até agora, a PF só recuperou R$5 milhões dos R$164,7 milhões roubados. O dinheiro estava escondido em três carros comprados na Brilhe Car. O caminhão-cegonha que os transportava para São Paulo foi interceptado em Minas Gerais, na altura de Curvelo. Também está preso o dono da J.E Transportadora, Charles Morais, que acompanhava o traslado