Título: EUA PODEM FICAR ATÉ 2009 NO IRAQUE
Autor: Andrew Gumbel
Fonte: O Globo, 22/08/2005, O Mundo, p. 15

Termina hoje o prazo para apresentação da nova Constituição iraquiana

LOS ANGELES. O general Peter Schoomaker, chefe do Estado-Maior do Exército americano, disse que os Estados Unidos podem manter mais de cem mil soldados no Iraque pelos próximos quatro anos. A previsão aparentemente contradiz recentes informações da Casa Branca acerca da retirada gradual das tropas. E hoje termina o prazo para a apresentação do esboço da nova Constituição iraquiana, já adiado por uma semana.

O general declarou que o Exército se prepara para o ¿pior cenário¿ até 2009, quando o presidente George W. Bush deixará a Casa Branca. Um total de 1.863 militares americanos já morreram em combate ou em acidentes desde o início da invasão ao Iraque em 2003.

Pentágono vai intensificar campanha de alistamento

Não está claro se a afirmação de Schoomaker, em entrevista à agência de notícias Associated Press, foi respaldada pela Casa Branca. Washington procura minimizar a discussão dos problemas no Iraque e quer dar a entender que o país está seguindo o caminho para a democratização e a autodeterminação.

Os comentários do general provocaram imediata reação do influente senador republicano Chuck Hagel, de Nebraska, membro da Comissão de Relações Exteriores e possível candidato à Presidência.

¿ Quanto mais os Estados Unidos permanecem encrencados no Iraque, mais essa guerra se parece com a do Vietnã ¿ disse Hagel, em entrevista à rede ABC. ¿ A Casa Branca e alguns dos meus colegas ainda não entendem que essa política no Iraque está ultrapassada.

Os comentários de Hagel coincidem com a nova ofensiva liderada por Bush para conter o descontentamento a respeito da atuação dos Estados Unidos no Iraque, em meio a pedidos para o estabelecimento de uma data para a retirada das tropas americanas do país.

Enquanto isso, o Pentágono prepara uma agressiva campanha para recrutar jovens nas escolas públicas de Nova York, diante da redução do número de interessados em se alistar. Os militares recorreram a informação privilegiada para atrair estudantes com notas baixas ou dificuldades de adaptação em sala de aula.

Em Bagdá, o porta-voz do Governo iraquiano, Laiz Kuba, disse que se o texto da nova Constituição não estiver pronto para ser apresentado hoje, há duas opções: pedir uma nova extensão do prazo ou dissolver a Assembléia Nacional.

Com agências internacionais