Título: ENCHENTES LEVAM PESADELO À EUROPA CENTRAL
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Fonte: O Globo, 24/08/2005, O Mundo, p. 30

Em Portugal, cerca de dez incêndios estão ativos, mas bombeiros conseguem conter fogo que ameaçava Coimbra

BERNA e LISBOA. Enquanto o fogo dava sinais de começar a ceder na Península Ibérica, onde incêndios já devoraram mais de 170 mil hectares de bosques, florestas e campos, a água ampliava ontem seu raio de destruição nos países da Europa Central, com a morte de pelo menos mais seis pessoas.

A situação é mais grave na Suíça, mas as enchentes causadas por dias de chuvas torrenciais atingem também a Áustria, a Alemanha, a Hungria, a Romênia e a Bulgária. Ontem, a contagem de mortos e desaparecidos na Suíça foi de cinco pessoas. A eletricidade foi cortada e a água está contaminada em diversas partes do país.

¿ Os níveis de água ainda estão subindo. Provavelmente estaremos aqui por outras 48 horas tirando água do hospital ¿ disse o sargento Benno Stutzer, que comanda uma equipe do Exército na aldeia de Sarnen.

Na Áustria e na Alemanha, as águas que descem dos Alpes fizeram transbordar vários rios, causando também deslizamentos de terra e lama que bloquearam ferrovias e estradas. Em Innsbruck, todas as pontes sobre o Rio Inn foram fechadas. No estado alemão da Baviera, algumas áreas foram declaradas zonas de catástrofe e os serviços de emergência resgataram centenas de pessoas isoladas.

Na Hungria, a previsão é de mais chuvas em 11 dos 19 condados onde se declarou o estado de emergência. Na Europa Oriental, um homem morreu atingido por um raio e sete pessoas foram resgatadas numa granja inundada na Bulgária.

Por sua vez, Portugal continua enfrentando os piores incêndios florestais em anos: ontem cerca de uma dezena de focos continuavam ativos. Em Abrantes, o fogo cruzou uma rodovia com quatro pistas e continuou seu trajeto de destruição. Já em Coimbra, onde o incêndios atingira os subúrbios da cidade, ontem os bombeiros conseguiram extinguir as chamas. Em Foz do Caneiro, aeronaves estrangeiras desciam ao Rio Mondego para buscar água e enfrentar as chamas.

Na Espanha há 40 focos de incêndio, 33 deles na Galícia, onde o fogo destruiu 18,5 mil hectares de florestas.

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