Título: DOLEIRO DEPÕE E DE NOVO NÃO APRESENTA PROVAS
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Fonte: O Globo, 20/08/2005, O País, p. 14

Toninho da Barcelona fala com procuradores mas apenas confirma declarações dadas à CPI

CURITIBA. O doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, condenado a 25 anos de prisão por evasão de divisas, disse ontem que pretende agora ajudar a "passar o país a limpo" mas, em quatro horas de depoimento, não apresentou mais qualquer informação contundente, segundo o procurador da República Vladimir Aras. O doleiro confirmou as declarações que deu à CPI dos Correios, na terça-feira, em São Paulo, sobre supostas operações ilegais do PT feitas em dólares com ele na campanha de 2002.

Além disso, o doleiro centrou suas acusações no ex-ministro José Dirceu e no ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. O doleiro afirmou que Dirceu é amigo íntimo do dono da corretora Bônus-Banval, Eninaldo Quadrado. A corretora sacou R$3,5 milhões das contas de Valério e parte do dinheiro teria ido para Bob Marques, ex-assessor de Dirceu. Toninho também disse o nome de um doleiro que teria feito operações ilegais para o ministro da Justiça. O depoimento está sendo mantido sob sigilo de Justiça.

Toninho é apenas testemunha, diz advogado

Segundo o advogado de Toninho, o doleiro não apresentou provas porque é apenas uma testemunha. Quanto à delação premiada, o advogado avalia que no futuro, caso a CPI e o MPF considerem seu depoimento importante, poderá dar mais colaborações, sem trocas ou benefícios.

Segundo o procurador, não houve acordo porque o doleiro não apresentou qualquer prova para sustentar as declarações. Toninho também foi ouvido para dar contribuições às apurações do caso Banestado.