Título: PT RETIRA PEDIDO E GAROTINHO SE LIVRA DE DEPOR
Autor: Lydia Medeiros/Adriana Vasconcelos/Bernardo de la
Fonte: O Globo, 26/08/2005, O País, p. 10

Senador Tião Viana diz que atendeu a pedido do PMDB

BRASÍLIA. A CPI dos Bingos mudou de idéia e cancelou ontem a convocação da governadora Rosinha Garotinho e do marido dela, o secretário de Governo do Estado do Rio, Anthony Garotinho. O requerimento para que os dois prestassem depoimento, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), havia sido aprovado há duas semanas. Foi o próprio Tião Viana que pediu o cancelamento da convocação. Segundo ele, atendendo a pedidos do PMDB.

- O PMDB me procurou, disse que havia clima de diálogo político sobre as pessoas que deveriam ser ouvidas e pediu para eu retirar o requerimento - explicou.

Senador petista diz que é possível aguardar

Viana disse ter aceitado o argumento dos peemedebistas, que alegaram não haver motivos suficientes para a convocação de Rosinha e do ex-governador Garotinho. O pedido, segundo Tião Viana, foi feito pelos senadores peemedebistas Ney Suassuna (PB) e Sérgio Cabral(RJ).

- Eles disseram que, nesse momento, ainda não haveria elementos suficientes sobre o envolvimento dos dois. Eu disse que era perfeitamente possível aguardar mais um pouco e concordei em pedir a retirada.

Casal deporia sobre supostas doações de campanha

O cancelamento da convocação foi aprovado no fim do depoimento do advogado Rogério Buratti - ex-assessor de Antonio Palocci na primeira administração do ministro na prefeitura de Ribeirão Preto - na noite de ontem. Havia poucos senadores em plenário. Garotinho e Rosinha seriam ouvidos sobre supostas doações de campanha feitas por empresas interessadas em prestar serviços à Loterj.

Em gravação feita pelo empresário de jogos Carlinhos Cachoeira, o ex-assessor de José Dirceu na Casa Civil e ex-presidente da Loterj Waldomiro Diniz aparece pedindo dinheiro que, segundo ele, seria destinado em parte à campanha de Rosinha.

A propina abasteceria ainda as campanhas dos petistas Benedita da Silva e Geraldo Magela, à época candidatos aos governos do Rio e do Distrito Federal, respectivamente.