Título: CPIS QUEBRAM SIGILO BANCÁRIO DE DUDA E ZILMAR
Autor: Adriana Vasconcelos/Bernardo de la Peña
Fonte: O Globo, 26/08/2005, O País, p. 11

Comissão pede à Interpol rastreamento de depósitos no exterior

BRASÍLIA. As CPIs do Mensalão e dos Correios aprovaram ontem também a quebra do sigilo bancário do publicitário Duda Mendonça, de sua sócia Zilmar Fernandes da Silveira e de suas empresas. O requerimento na CPI do Mensalão foi votado por consenso entre os integrantes presentes à reunião de ontem. Na sessão administrativa da CPI dos Correios, os parlamentares também aprovaram a quebra do sigilo fiscal e telefônico das empresas de Duda.

A CPI dos Correios solicitou ainda à Interpol o rastreamento dos depósitos feitos em benefício da empresa Dusseldorf, aberta pelo publicitário nas Bahamas, que teria recebido R$10 milhões do empresário Marcos Valério, responsável pelos pagamentos à políticos. Foi uma conta da Dusseldorf aberta no Bank Boston Internacional em Miami que teria recebido os recursos. O Ministério da Justiça já pediu também ajuda ao Departamento de Justiça do governo americano para ter informações sobre os depósitos feitos.

Okamoto não terá sigilo quebrado por enquanto

Constam ainda entre os requerimentos aprovados pela CPI dos Correios o pedido de quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico da Athenas Trading e da RS Empreendimentos Ltda. A CPI dos Correios rejeitou o requerimento da oposição de quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de Paulo Okamoto, ex-tesoureiro do PT que diz ter pagado no ano passado um empréstimo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de R$29 mil com o partido. A votação foi apertada, os governistas venceram por dois votos, com 12 votos contra e dez a favor.

A Fundação Banco Central de Previdência Privada (Centrus) se antecipou e ontem mesmo divulgou uma nota esclarecendo que não mantém atualmente nenhuma aplicação em títulos dos bancos BMG e Rural. Em 2000, a Centrus teria liquidado aplicações (CDB) no Banco Rural, contratadas em 1999. A partir de então, não teria efetuado mais qualquer operação com essa instituição. Em relação ao BMG, aplicações contratadas em 1998 (Fundo de Investimento Financeiro - FIF) teriam sido liquidadas em junho de 2003. Essas aplicações eram compostas integralmente de títulos públicos, garantidos pelo Tesouro Nacional, ou seja, com risco zero.