Título: BB MONTA FORÇA-TAREFA PARA ENVIAR DADOS À CPI
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Fonte: O Globo, 31/08/2005, O País, p. 10

'O Banco do Brasil jamais vai manipular informação', diz o presidente da instituição

BRASÍLIA. Na tentativa de responder às reclamações e críticas feitas pelos integrantes da CPI dos Correios e do Tribunal de Contas da União, o Banco do Brasil divulgou nota ontem em que afirma ter montado uma força-tarefa com 350 pessoas para prestar informações à comissão e aos órgãos de auditoria do governo e do Congresso.

Segundo o banco, foram encaminhados à CPI relatórios com mais de 600 mil linhas de texto, 23,5 mil cópias de documentos e ao TCU 222 processos, em 16 caixas, num total de cerca de 400 quilos de papéis da área de marketing.

Segundo o diretor de Tecnologia do BB, Manoel Gimenes Ruy, para obter as informações foram criados cem novos programas que vasculharam os dados em mais de 50 bilhões de transações registradas pelo banco entre 2000 e 2005, período investigado pela CPI.

- Tem um processo leviano em curso. O Banco do Brasil jamais vai manipular informação. Nosso compromisso é com a ética e a seriedade. Queremos deixar claro todo o esforço que estamos fazendo - afirmou o presidente do BB, Rossano Maranhão.

Gimenes informou ainda que a tabela montada pelos técnicos da CPI que mostrava créditos de empresas privadas nas contas dos deputados José Dirceu (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ) e do ex-presidente do PT José Genoino estava errada. Segundo ele, os técnicos do banco remeteram à comissão uma tabela com códigos usados internamente há 18 anos no banco para identificar a origem dos depósitos - no caso dos três, feitos pela Câmara dos Deputados e não por empresas privadas.

Houve confusão entre códigos do banco e o CNPJ

No entanto, ao montar a tabela, os técnicos da CPI imaginaram que o campo preenchido com estes códigos identificava o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) dos depositantes, que coincidentemente tem o mesmo número de dígitos do código usado pelo BB. Assim, os números que identificavam transações bancárias acabaram sendo usados como se fossem o CNPJ das empresas que acabaram aparecendo na tabela.

- Foi isso que provocou essa inconsistência naquele arquivo. Já acertamos com a CPI que só mandaremos dados agora com o CPF ou CNPJ dos titulares das contas - explicou Gimenes.