Título: SUPERMERCADO PESA MAIS NO CARTÃO
Autor: Fabiana Parajara
Fonte: O Globo, 31/08/2005, Economia, p. 21

Jovens de 18 a 29 anos são os principais clientes. Cai o uso do cheque

SÃO PAULO. Contas de supermercados, mercearias e padarias representam 24,7% das compras feitas com cartões de crédito no Brasil. Com isso, são a principal fonte de renda para as administradoras de cartões. O dado consta de uma pesquisa divulgada ontem pela Credicard. De acordo com Fernando Chacon, diretor de Marketing da empresa, eletrodomésticos, itens de bazar e vestuário, vendidos pelas grandes redes de hipermercados, ajudam a impulsionar a participação deste ramo no faturamento do setor. Em segundo lugar, estão as roupas: elas representam 18,4% do faturamento dessas empresas, seguidas por moradia, com 14%.

- Estes três segmentos já estão consolidados, mas temos a possibilidade de crescer em outros ramos - diz Chacon.

Turismo e entretenimento, como pacotes de viagens e restaurantes, representam 13,6% do faturamento das empresas de cartão de crédito. Os jovens, com idade entre 18 e 29 anos, são os que mais usam os cartões de crédito em supermercados. Eles concentram 25,9% dos gastos em compras de alimentos. Entre pessoas com mais de 30 anos, esse tipo de gasto representa 21,5%.

- Os mais jovens têm uma renda menor e mais necessidade de crédito para suprir as suas despesas correntes - explica o executivo.

A pesquisa da empresa ainda mostra que os brasileiros estão trocando os cheques por cartões de crédito. O volume de cheques compensados caiu de 2,6 bilhões em 2000 para uma estimativa de 1,9 bilhão em 2005. No mesmo período, as transações com cartões de crédito passaram de 731 milhões para quase 1,6 bilhão de previsão para o ano.

A participação do cartão de crédito como meio de financiamento, porém, se mantém estável desde 2000 em um patamar entre 12% e 13%. Já a fatia do cheque especial cai ano a ano, de 20,7% em 2000 para 13,7% em 2005. O cheque cede espaço para o crédito pessoal (de bancos, financeiras ou crédito consignado), que aumentou sua participação de 43,2% para 56,3%.