Título: FUNDOS NEGAM FAVORECIMENTO EM APLICAÇÕES
Autor: Bernardo de la Peña/Jaílton de Carvalho
Fonte: O Globo, 01/09/2005, O País, p. 10

BRASÍLIA. Os presidentes dos três principais fundos de pensão do país negaram ontem, em depoimento à CPI do Mensalão, que tenham favorecido o BMG e o Banco Rural nos investimentos que fizeram em instituições bancárias nos últimos anos. A CPI investiga se recursos dos fundos foram utilizados no esquema de caixa dois montado pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo publicitário Marcos Valério Fernandes. Wagner Pinheiro, da Petros, Guilherme Lacerda, da Funcef, e Sérgio Rosa, da Previ, também negaram que recursos dos fundos tenham sido destinados a qualquer esquema político.

Exibindo gráficos, tabelas e muitos números, os três mostraram que, nos últimos anos, os fundos chegaram a reduzir os investimentos no BMG e no Rural, usados por Valério e Delúbio para distribuir recursos para caixa dois de campanhas.

Pinheiro disse que o fundo aplica em CDB nos dois bancos desde 1995 e que, hoje, tem R$105 milhões no BMG e R$2,6 milhões no Rural. Segundo Rosa, a Previ tem aplicados em CDBs dos dois bancos apenas 3% do total que investe. Os dirigentes afirmaram que são filiados ao PT e que os três fundos fizeram negócios com a Globalprev, empresa de consultoria que pertenceu ao secretário Luiz Gushiken. (Evandro Éboli)