Título: Repórteres penam para cobrir a catástrofe
Autor:
Fonte: O Globo, 01/09/2005, O Mundo, p. 32

Jornais e TVs tiveram de abandonar suas redações em Nova Orleans e improvisar sucursais em outras cidades

NOVA ORLEANS. Com 80% de Nova Orleans debaixo de até quatro metros de água e os estragos do Katrina espalhando-se por uma vasta região do Golfo do México, jornais, TVs e rádios da região lutam para fazer seus repórteres chegarem aos locais onde estão as notícias e, principalmente, para manterem suas estruturas funcionandoCNN recorre a videofone para levar imagens ao ar

Com ruas inundadas, linhas de telefone derrubadas ou congestionadas, manter o básico do noticiário já é um desafio- A dificuldade está apenas começando - disse John Stack, vice-presidente de noticiário da rede de TV Fox NewsA CNN teve de recorrer ao videofone, um aparelho facilmente transportável que transmite por satélite, bastante utilizado na invasão do Iraque- Nossos caminhões de um milhão de dólares são muito vulneráveis em tempestades como essa - disse Jack Womack, vice-presidente de operações e administração da CNNO principal jornal de Nova Orleans, o "Times-Picayune", teve de se contentar ontem em sair apenas numa condensada versão online, pois não houve condições de publicar o jornal impresso, já que a redação fora evacuada anteontem. O jornal teve de ser feito em Baton Rouge, capital do estado, onde o diário local "The Advocate" emprestou um pequeno escritório, que serve até de dormitório para o punhado de jornalistas do "Times-Picayune" enviado para láO "Sun Herald", de Gulfport, uma das cidades mais atingidas no litoral do Mississippi, enviou uma equipe de editores e diagramadores para um jornal do mesmo grupo editorial na Geórgia a fim de levar às ruas os 20 mil exemplares de sua ediçãoTV mudou escritórios para capital do estado

Prevendo o pior, alguns meios de comunicação se anteciparam e mudaram sua base de operações antes de a tragédia se abater sobre a cidade na segunda-feira. A emissora de TV WWL no domingo à noite mudou seus escritórios do Bairro Francês, no centro de Nova Orleans, para a Universidade Estadual da Louisiana, na capital do estado, Baton Rouge.